AAVT investiga agências por preços irregulares nos voos domésticos
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AAVT investiga agências por preços irregulares nos voos domésticos

A Associação das Agências de Viagens e Turismo (AAVT) cabo-verdiana está a investigar alegadas irregularidades na venda de bilhetes de voos domésticos acima das tarifas legais, pedindo punição dos prevaricadores, disse hoje à Lusa o seu presidente.

“A confirmar-se essa informação, é algo que lamentamos profundamente e, do nosso lado, tudo faremos para que seja reposta a ordem. Todavia, é preciso fazer-se uma averiguação dos factos, antes de qualquer posição ou declaração, para além desta”, afirmou o presidente da AAVT, Mário Sanches.

As ligações aéreas interilhas de passageiros em Cabo Verde são asseguradas por um único operador, desde 17 de maio pela BestFly, através de um contrato de concessão emergencial atribuído pelo Governo por seis meses.

Nas tarifas aéreas domésticas fixadas pelo Governo, o valor de referência mais baixo é o do percurso Praia/Maio, 3.000 escudos (27 euros) apenas ida, e o mais caro, Praia/São Vicente, em 9.000 escudos (81 euros). Contudo, têm surgido dezenas de reclamações públicas nas últimas semanas, apontando a venda de bilhetes - que atualmente está a ser feita apenas através das agências de viagens do arquipélago - acima dos preços tabelados, o que levou o Governo a divulgar publicamente, nos últimos dias, a tabela das tarifas aéreas, fixada através de portaria desde 2019.

A Lusa confirmou igualmente a venda de bilhetes para estes voos domésticos acima da própria tabela divulgada publicamente pela BestFly, com os clientes a imputarem responsabilidades pelos preços às agências de viagens, que inclusivamente, em alguns casos, não discriminam os valores das taxas e tarifas aplicadas no bilhete final.

Em declarações à Lusa, o presidente da AAVT assumiu que esta situação, com dezenas de queixas públicas nos últimos dias, levou a própria BestFly a comunicar à associação “uma possível irregularidade nas vendas dos bilhetes” por parte das agências.

“Situação que a AAVT, dentro das suas possibilidades e atribuições, está a investigar e que, caso se venha a confirmar, só temos a lamentar e pedir punição clara ao(s) prevaricador(es)”, afirmou Mário Sanches, que também saudou a companhia aérea, que opera há dois meses em Cabo Verde, “por assumir-se como parceira das agências de viagens”.

“Inclusive, centralizando a venda nas agências de viagens, o que constitui um enorme balão de oxigénio para os nossos negócios nestes tempos difíceis”, apontou.

Segundo Mario Sanches, a AAVT “já está em cima desta matéria” e reuniu com responsáveis da BestFly na última semana, “para auferir desta denúncia”, mas salienta que as “agências de viagens são entidades de bem e que pretendem estabelecer uma relação de confiança com o cliente”.

“Todavia, lembrando tratar-se de um sistema novo todo o processo de venda de bilhetes aéreos, há que colocar-se a hipótese, também, de haver agências que não estejam claramente esclarecidas sobre essa questão das tarifas. Entretanto, realçamos que a AAVT nunca estará de acordo que, quem quer que seja, vá contra as normas estabelecidas”, afirmou ainda o presidente da associação.

Este processo, sublinhou, passa agora por “apurar os factos e circunstâncias e a partir daí tomar as ações necessárias”: “Voltamos a frisar que a AAVT condena qualquer ato irregular e que ponha em causa a boa imagem e credibilidade das agências de viagens”.

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