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Segunda carta aos JOVENS. Um apela à "Revolução" Política e Social
Ponto de Vista

Segunda carta aos JOVENS. Um apela à "Revolução" Política e Social

Temos um país vítima de contingências de várias ordens, impostas por um governo que se tem revelado incapaz de resolver os problemas básicos do processo de desenvolvimento nacional, com impactos desastrosos na nossa vida, nos nossos sonhos e legitimos anseios. Chegou o momento de unirmo-nos para falarmos a uma só voz – Cabo Verde precisa de mudança urgente! Esta sangria da força de trabalho para o estrangeiro tem que ser estancada já. O nosso país tem todas as condições para nos proteger, amar e alimentar. Não podemos calar, porque o nosso silêncio é a nossa própria condenação. Muito menos, cruzar os abraços! Á luta! Estamos a ficar sem tempo! Unidos venceremos!

Quando um governo não consegue conceber e implementar políticas públicas vocacionadas para a camada mais importante da população do país que supostamente lidera – a camada juvenil – o problema é sério. Um país, cujo governo que não sente remorso ao perder a sua força de trabalho pela emigração forçada, é um país sem autoestima e sem consideração pela sua autonomia e independência enquanto Estado.

Não podemos continuar a tolerar um governo que fecha os olhos sobre questões fundamentais da sua função enquanto órgão executivo do Poder do Estado, como a formação, a promoção dos setores estratégicos do desenvolvimento e a garantia do emprego e rendimentos para as famílias, investidores e empresários.

É este país que temos neste momento, assaltado por um governo que despeja jovens nos aeroportos da Europa como mercadorias e bate palmas, aliviado, porque é menos preocupação para a sua “gestão” e menos chatice no momento de apresentação de resultados (quando os jovens emigram a taxa de desemprego e a pressão social diminuem e isto é absolutamente degradante e vil para um povo que sempre lutou contra todas as adversidades possíveis e imaginárias ao longo da sua história).

Estamos, todos nós jovens, impedidos de falhar no nosso papel de força estratégica do processo de desenvolvimento do nosso país, elementos preponderantes de mudanças em todos os quadrantes da vida coletiva, da política à cultura, passando pela organização da sociedade civil, as instituições religiosas, as escolas, as empresas, sempre fundamentados na construção de uma sociedade justa, inclusiva e tributária de oportunidades para todos.

Aqui política não aparece em primeiro lugar por acaso. É que ela, a política, é a arena central para construção de um futuro que devemos sonhar e esperar, sendo nós os jovens os únicos com capacidade para empreender a sua construção.

As eleições autárquicas estão à porta, e em 2026 será a vez das legislativas. São momentos em que as cartas voltam para o baralho e estaremos na posição de não só baralhá-las de novo, como também teremos o poder de distribuí-las. E estes momentos requerem de nós muita atenção e sabedoria, na medida em que são oportunidades de escolhermos entre manter no passado ou apostar no futuro.

De modo que, temos que redobrar a nossa atenção, porque são nestes momentos é que também aparecem muitos “Samaritanos” para nos aliciarem com os “pratos de lentilhas” ou as iguarias da mesa do rei.

Temos um Governo que nos acena com palavras bonitas, com contos fantásticos, mas no momento da verdade nos deixa por nossa conta. Não temos de aceitar isso. Somos o guardião do nosso futuro e não podemos permitir que o governo, ou seja quem for, nos roube esta prerrogativa. 

A situação política e governativa do nosso país apela por uma mudança profunda e urgente, e nós somos a mudança! Estamos obrigados e deafiados a aproveitar este tempo para uma reflexão profunda sobre o nosso papel e a nossa responsabilidade quanto ao desenvolvimento do nosso país.

Cabo Verde está num processo gradativo de asfixia política, cultural, económica e social. O ambiente político, económico e social cabo-verdiano está a precisar urgentemente de oxigénio e nós somos esse oxigénio, jovens! Não podemos esquecer que o nosso país só ganhou a independência e a democracia, graças aos jovens que assumiram a dianteira do processo e lutaram na edificação do Estado Cabo-verdiano.

Esta segunda carta é, nesta perspetiva, um apelo à revolução política e social em Cabo Verde. Não podemos e nem devemos continuar afastados da política do nosso país, porque estaremos a comprometer a vida de todos nós, sendo o nosso engajamento fundamental para a mudança que esta sociedade precisa e merece.

Temos um país vítima de contingências de várias ordens, impostas por um governo que se tem revelado incapaz de resolver os problemas básicos do processo de desenvolvimento nacional, com impactos desastrosos na nossa vida, nos nossos sonhos e legitimos anseios.

Chegou o momento de unirmo-nos para falarmos a uma só voz – Cabo Verde precisa de mudança urgente! Esta sangria da força de trabalho para o estrangeiro tem que ser estancada já. O nosso país tem todas as condições para nos proteger, amar e alimentar. Não podemos calar, porque o nosso silêncio é a nossa própria condenação. Muito menos, cruzar os abraços! Á luta! Estamos a ficar sem tempo! Unidos venceremos!

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Comentários

  • Casimiro Centeio, 18 de Ago de 2024

    Concordo plenamente com a tua narrativa, Caro Adão, mas é preciso sairmos de palavras para ação.
    Já conhecemos o país e o governo temos, faltam-nos agora a união e ação. Ação quanto antes, antes que seja demasiadamente tarde.