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Sector do PAICV em RI foi ao fundo do poço nas Presidenciais   
Ponto de Vista

Sector do PAICV em RI foi ao fundo do poço nas Presidenciais  

O líder local do PAICV em RI não esteve nem aí para essas eleições presidenciais, outros elementos bem identificados e com encargos nas estruturas do partido e deputados eleitos “fugiram” para Cabo Verde nas vésperas das eleições para não tomarem parte na campanha, regressando apenas dois dias antes do dia 17 de outubro, para no dia da vitoria, de forma descarada, no lugar de regozijar com a vitória do candidato apoiado pelo PAICV estavam a puxar pelos números comparando-os às legislativas como se fossem mandatários de Carlos Veiga. Puxavam e oravam pela derrota de JMN em RI. "Só k si kalhar es skesi kenha ki staba na frenti di kanpanha!" JMN ganhou em todas as mesas e com números expressivos, mas isso não lhes importava!

"DAN KEL KE D’MEU, DI ALGUÉN N KA MESTÉ!"

Concluída as eleições presidenciais e com o resultado que todos nós conhecemos, eis a verdade dos factos:

O Sector do PAICV em Rhode Island, chegou ao fundo do poço nas eleições presidenciais.

Sou do PAICV, fico no PAICV para o que der e vier, doe a quem doer. A minha lealdade e comprometimento com este partido não tem limites e assim será até a minha partida para os braços do Morfeu.

As lideranças são passageiras, muitas vezes chegam com muita euforia e partem sem glória. Cada militante está no direito de apoiar a quem lhe apetecer, estar de acordo com este ou quele posicionamento, mas não deve nunca pôr em causa a sua fidelidade e hipotecar os princípios do partido. Deve assumir sempre o compromisso maior do seu partido e colocar os interesses deste acima de tudo e de todos.

No passado, enquanto militante deste glorioso partido, apoiei durante um pleito eleitoral interno uma candidatura que terminou derrotado e isso não me impediu de assumir o outro candidato que saiu vitorioso como o meu presidente e ponto final.

Na política tem que ser essa a nossa forma de estar e que coincide com a minha. Não consigo fazê-la com ligeireza, mas faço-a com leveza de consciência sem pedir ou exigir nada em troca.

Desde os meus 16 anos de idade que faço política e fui sempre alvo de tiro de BAZUCA, não sei se por ciúmes ou outro sentimento nefasto qualquer. Para ser franco, a utilização de artilharia pesada contra a minha pessoa, nunca me tirou o sono, passou sempre à margem e, contrariamente ao que os meus adversários pretendiam, esse comportamento municiou-me de mais força e pujança nos momentos cruciais.

O que mais me tem indignado e motivou a escrita deste artigo, foi o comportamento do responsável pelo Sector de Rhode Island, Sr. ALBERTO RODRIGUES e seus prosélitos, que perderam uma grande oportunidade de ficarem calados, e aproveitar a boleia do resultado das últimas eleições e fazer história. Contrariamente as mentes mais lúcidas, ficam na consinsciência de atirar farpas ignorando o óbvio, desconsiderando o resultado das presidenciais com justificações de jericos alegando, imaginem só, que a ex-líder do PAICV Janira Hopffer Almada ganhou em todas as mesas de RI com resultados 100, portanto, bem melhores. Imaginem só, tamanha incoerência, o que é que o cú tem a ver com as calças? Num pleito eleitoral o que conta é o atingir dos objetivos, os restantes são estórias!!

Porém, para que fique claro e dar ao deus o que é de deus e a César o que é de César o mérito obtido nas mesas de RI, nas últimas legislativas de abril, não foram nem de perto, nem de longe, obra dos que hoje vangloriam tal mérito. Talvez por amnésia momentânea, esquecem do historial do resultado das eleições em Rhode Island! De facto o grande culpado de não conseguirmos o almejado número cem (100) que muito almejávamos, o verdadeiro culpado foi a direção sectorial do partido que não esteve tão engajado como devia e os militantes desejariam!

Falando da eleição presidencial, foi um descaso total para certas individualidades com responsabilidade no partido que declarou apoio ao candidato José Maria Neves. O líder local do PAICV em RI não esteve nem aí para essas eleições presidenciais, outros elementos bem identificados e com encargos nas estruturas do partido e deputados eleitos “fugiram” para Cabo Verde nas vésperas das eleições para não tomarem parte na campanha, regressando apenas dois dias antes do dia 17 de outubro, para no dia da vitoria, de forma descarada, no lugar de regozijar com a vitória do candidato apoiado pelo PAICV estavam a puxar pelos números comparando-os às legislativas como se fossem mandatários de Carlos Veiga. Puxavam e oravam pela derrota de JMN em RI. "Só k si kalhar es skesi kenha ki staba na frenti di kanpanha!"  JMN ganhou em todas as mesas e com números expressivos, mas isso não lhes importava! 

Há uma verdade palaciana em relação ao líder do PAICV em Rhode Island. Só preocupa com o seu umbigo, ou seja, o seu bem-estar. Nas últimas legislativas não lhe deram o almejado lugar de "cabeça de lista" e em consequência o caldo saiu entornado. Por isso, não se esforçou como devia, contribuindo enormemente para a nossa derrota.

Nas presidenciais queriam sabotar as eleições em Rhode Island, confiante que isso dependeria dele e dos seus algozes, ao ponto de irem para votar depois das 16h00 local, portanto mais 3 horas que Cabo Verde e mais 6 do resto do mundo. "CONSCIÊNCIA TAVA ES PEZOD E JAS TAVA A PAR DU K TAVA TA KONTSÉ NA CV E NA EUROPA!" Que cada uma tire suas ilações.

Essa ardilosa armadilha que nos deu a vitoria foi montada, dois dias apos a minha chegada de Cabo Verde, ou seja, a partir de 12 de Setembro, quando comecei as démarches necessárias para cumprir a promessa feita ao meu amigo pessoal e falecido Feijoo Barbosa, nos longínquos anos de 1996, sentados na mesa de voto no antigo centro comunitário de Pawtucket, hoje LIGA ÁFRICA, onde lhes assegurei que o MpD nunca mais ganharia nesse pequeno estado norte americano. Promessa essa que, na ocasião, causou enorme gargalhada ao falecido e demais ventoinhas presentes na sala. E, por ironia do destino e pelo trabalho abnegado de todos os paicvistas, até as últimas eleições de 17 de outubro do ano em curso, nunca mais perdemos em RI.

Espero que esse juramento permaneça válido. Para isso é preciso ter uma pessoa credível, com disponibilidade e capaz de liderar o partido de Cabral, o maior de Cabo Verde em Rhode Island. Caso isso venha a acontecer podem contar com o meu total apoio, apesar de já estar a pensar na minha reforma política e desfrutar do merecido descanso do guerreiro em prol da minha família a grande sacrificada.

"N KA MESTÉ KREDITUS MAS TANBÉ N KA KRÉ PA NINGUEN DISVALORIZÁ NHA TRABOI" 

Mais uma farpa para quem sofrem de amnésia e tentam a todo o custo desvalorizar o meu trabalho a favor do PAICV, aqui em RI.  Para aqueles que considerarem o que deixo aqui registado é falso, estão no direito de o contradizerem com factos:

Em 2011, em consequência das primárias internas para a escolha de um candidato às presidenciais que seria apoiado pelo partido de Cabral, este fragmentou-se entre os apoiantes de Aristides Lima e de Manuel Inocêncio Sousa. E contrariamente ao que muitos esperavam, inclusive aqueles que se já tinham comprometido com o Dr. Aristides Lima aqui em Rhode Island, com o volte face das primárias, deram o dito por não dito e arrepiaram caminho a favor do Eng.º Manuel Inocêncio Sousa, particularmente, o Sr. ALBERTO RODRIGUES atual líder do Conselho de Sector de RI. Recordo que fui um oásis nessa ilha oceânica americana. Fiquei sozinho com a minha coerência.

Lutando contra tudo e todos, graças ao apoio de muitos dos meus fiéis correligionários e amigos de Pawtucket, o candidato independente Aristides Lima vencia as eleições em RI e nos EUA.  Manuel Inocêncio Sousa quedou-se em terceiro lugar aqui nas terras do tio Sam, e em primeiro lugar no conjunto dos votos ao nível global, originando assim uma segunda volta que veio a ser vencida por Jorge Carlos Fonseca, candidato apoiado pelo MpD, com vitoria expressiva em todas as mesas do estado de Rhode Island. Mais uma vez, que cada um tira as suas ilações.

N KA XTÁ NA PARTIDO PA FAVOR, MAS PA TRABAIÁ PA UM BEN KUMUN 

Pawtucket, 9 de Novembro 2021

Carlos Tavares 

 

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