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Respondendo Ao Embaixador José Luís Rocha: Desmascarando a Arrogância Diplomática
Ponto de Vista

Respondendo Ao Embaixador José Luís Rocha: Desmascarando a Arrogância Diplomática

"Não é surpreendente que se sinta incomodado com as críticas. Afinal, é mais fácil ignorar aqueles que apontam falhas do que encarar a realidade de que suas ideias podem não ser tão sagradas quanto pensa. No entanto, é necessário que compreenda que nenhum título de embaixador ou anos de experiência diplomática o colocam acima da reprovação.".

 

Embaixador José Luís Rocha,

Permita-me esclarecer algo que aparentemente escapou à sua elevada compreensão: a crítica não é um ataque pessoal, mas sim um exercício vital em qualquer sociedade democrática. Seja tão amável a ponto de não confundir um debate robusto com uma "gonorreia de insultos".

A sua reação exagerada revela mais sobre sua fragilidade do que sobre minha suposta falta de cortesia. Uma fragilidade emocional e uma falta de capacidade para lidar com opiniões divergentes. Em vez de responder de forma calma e ponderada, o senhor optou por lançar ataques pessoais e se envolver em uma retórica defensiva, sugerindo uma falta de confiança em suas próprias posições. Em vez de refutar os argumentos apresentados contra suas opiniões, o senhor escolheu desprezivelmente desqualificar o autor das críticas e desviar a atenção dos pontos levantados. Em vez de reconhecer e abordar essas falhas de maneira madura e construtiva, o Embaixador Rocha optou por se proteger atrás de um muro de arrogância e desdém.

É verdade que o seu artigo original sobre a integração regional na CEDEAO merecia uma resposta à altura. No entanto, parece que em vez de refutar argumentos, optou por um discurso de superioridade e de desconsideração. Em vez de se envolver em um diálogo construtivo, preferiu mergulhar em uma piscina de autoglorificação.

Não é surpreendente que se sinta incomodado com as críticas. Afinal, é mais fácil ignorar aqueles que apontam falhas do que encarar a realidade de que suas ideias podem não ser tão sagradas quanto pensa. No entanto, é necessário que compreenda que nenhum título de embaixador ou anos de experiência diplomática o colocam acima da reprovação.

Quanto aos seus anos de serviço, é irónico que os mencione como se fossem um escudo invencível contra o escrutínio. A experiência por si só não garante competência, e é evidente que a sua atitude condescendente não é um substituto para a substância das suas propostas. Em vez de engajar-se em uma discussão construtiva e aberta, o senhor parece mais interessado em proteger sua própria reputação e validar suas próprias opiniões do que em considerar seriamente os pontos de vista alternativos.

É crucial reconhecer que a experiência é apenas uma parte do quadro quando se trata de avaliar a competência de alguém em uma determinada área. Embora o Embaixador José Luís Rocha possa ter décadas de experiência diplomática em seu currículo, isso por si só não garante que suas opiniões sejam as mais informadas ou as mais acertadas. A competência requer mais do que apenas tempo de serviço; exige também uma capacidade de adaptação, aprendizado contínuo e uma abordagem aberta ao debate e à crítica. Por mais impressionante que possa ser o currículo de alguém, uma postura arrogante e desdenhosa pode alienar potenciais aliados e minar a credibilidade das próprias ideias. Uma atitude de superioridade pode até mesmo obscurecer o mérito real das propostas apresentadas, pois desvia o foco do conteúdo para a personalidade do indivíduo. O fato de o Embaixador José Luís Rocha se referir ao autor das críticas, o Djuze’, como um "ilustre desconhecido" sugere uma atitude elitista, vaidosa, presunçosa, e desdenhosa em relação à voz do público. O Embaixador Rocha, como servidor público e representante do povo cabo-verdiano, deve estar aberto às críticas e opiniões de todos os cidadãos, incluindo aqueles que ele pode considerar "desconhecidos".

É essencial lembrar ao Embaixador Rocha que ele não está acima do escrutínio público, mesmo que possua um histórico distinto no serviço diplomático. Como representante do povo cabo-verdiano, o senhor é responsável perante todos os cabo-verdianos e deve estar disposto a ouvir e considerar nossas opiniões, independentemente do status ou da familiaridade de quem as expressa. Afinal o Embaixador Rocha não é pago com o dinheiro dos contribuintes, incluindo o meu? Portanto, o senhor tem o dever de prestar contas à população e responder às nossas preocupações e críticas de forma respeitosa e construtiva. O simples fato de o Embaixador Rocha considerar o autor das críticas um "ilustre desconhecido" não o isenta da responsabilidade de ouvir e responder às vozes do público que o senhor serve e do qual orgulhosamente sou parte integrante. É fundamental que o senhor reconheça e respeite o direito de todos os cidadãos cabo-verdianos de expressar nossas opiniões e participar do debate público sobre questões que afetam o país.

Em suma, o que o Senhor Rocha precisa entender é que, ao optar por entrar na arena pública, está sujeito a críticas e contestações. Se deseja ser tratado com respeito, deve primeiro demonstrar respeito pelos outros e pelas suas opiniões divergentes. Só então poderá aspirar a um verdadeiro diálogo democrático.

 

Djuze' D'erriba, March, USA

 

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