A companhia aérea Bestfly, concessionária dos transportes internos em Cabo Verde, retomou hoje os voos, mas só para parte das ilhas, por estar a trabalhar com um único avião, anunciou em comunicado.
“Atualmente, estamos a operar exclusivamente com um [avião] Embraer ERJ145, o que nos impõe restrições operacionais significativas, incluindo a incapacidade de servir os aeroportos de Fogo, São Nicolau e Maio”, informou a companhia.
Os voos programados para aqueles destinos “estão cancelados” e poderá haver “outras alterações na programação, incluindo cancelamentos adicionais, antecipações ou atrasos de voos”, acrescentou.
A atualização surgiu depois de, na quarta-feira, a companhia ter cancelado todos os voos.
Os constrangimentos refletem “os recentes ajustes devido a desafios operacionais específicos” que a Bestfly está a enfrentar e que espera ultrapassar no início da próxima semana, indicou, sem mais detalhes sobre os problemas.
O cancelamento de voos do serviço público que liga as ilhas é o culminar de meses de agravamento das operações, que têm motivado queixas e indignação da população e empresários.
A companhia Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), empresa estatal dedicada aos voos internacionais, começou no final de fevereiro a ligar todas as ilhas, face à falta de aviões da Bestfly, e já anunciou um reforço para servir as festas anuais da ilha do Fogo, no final de abril.
A Lusa tem tentado obter mais esclarecimentos por parte da Bestfly, mas sem resposta.
A 26 de fevereiro, um dia antes de a TACV entrar nos voos interilhas, a companhia angolana Bestfly lamentou, em comunicado, “os desafios que a operação da TICV [Transportes Interilhas de Cabo Verde, designação oficial] tem verificado”.
Na altura, disse que há previsão de “estabilizar as operações até meados de junho” com “confiabilidade e previsibilidade das ligações”, através de um “reajustamento da estratégia, procurando implementar mudanças estruturais”.
“A BestFly continuará a fazer investimentos na sua operação em Cabo Verde que terão reflexo a curto prazo”, acrescenta-se no documento, citando o diretor executivo (CEO), Nuno Pereira, a prometer “melhorias efetivas”.
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