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O tempo histórico – da independência à democracia e… os caminhos para a unificação nacional
Ponto de Vista

O tempo histórico – da independência à democracia e… os caminhos para a unificação nacional

“O tempo historico é a interpretação qualitativa dos eventos passados, que vai além das datas e busca entender o contexto, as causas e as consequencias dos acontecimentos. Ele é crucial para compreender a continuidade e a mudança nas sociedades humanas, identificando padrões, causas e consequencias dos eventos passados. Para além disso, ele contextualiza o presente e auxilia na tomada de decisões informadas para a construção do futuro.”

É este contexto pelo qual devemos encarar os processos politicos e sociais da Nação, com todos os seus aspectos positivos e negativos.

A independência Nacional, a ditadura e os fatídicos acontecimentos de 31 de agosto, a abertura democrática na decada de 90 são processos DA NAÇÃO CABOVERDIANA, a partir dos quais devemos aprender as devidas lições, colocá-las ao serviço do país e, SEGUIR EM FRENTE.

Enquanto Estado uno e indivisível devemos ter a consciencia plena de que os eventos históricos não podem continuar a funcionar como elemento divisor da sociedade, antes pelo contrário, devem ser o combustivel, o estimulo necessário ao avanço, ao progresso, fazendo das mazelas, mas tambem das vitorias, o substrato sobre o qual devemos construir o futuro da Nação Caboverdiana.

Caro Leitor,

As narrativas que o partido que está a governar tem repetido de forma sistemática, tem o único objectivo de desvirtuar, amendrontar, instrumentalizar, dividir. Dividir para reinar.

Nessa luta desenfreada para dominar o poder do Estado, assistimos a um longo e propositado processo de desvalorização do legado de Amilcar Cabral, que, na sua gesta para a Independencia Nacional, granjeou a admiração e o reconhecimento internacional, cujo pensamento e contributos seguem sendo substrato para orientar estudos, politicas de  desenvolvimento inclusão até os dias de hoje, a ponto de merecer, na comemoração do seu centenário, destaque na Rua mais conhecida de Nova Yorque. Só para termos uma ideia dependendo, da localização do painel, do tipo de anuncio, a duração da campanha,  e a época do ano, um anuncio em Times Square pode custar  entre 500 a 5.000 contos POR DIA.

Nestes dias, assistimos a mais um ato radical, extremista do partido que está a governar, na tentativa de instrumentalizar os acontecimentos de 31 de agosto, querendo passar a ideia de um “grande massacre”, querendo fazer parecer que foi mais do que aquilo que realmente foi, procurando inclusive lavar a imagem dos seus dirigentes e fundadores que, neste então, se encontravam do lado do partido opressor contribuindo material e objetivamente para o fatídico dia. Se as pessoas procurassem ler e se informar ficariam surpresas com a realidade dos factos em contraposição com tais narrativas. A UCID condena e condenou de forma decisiva os acontecimentos de 31 de agosto de 1981 e, esta postura, até hoje se reflecte na luta do nosso partido pela democracia nacional.

O que queremos dizer é que tais acontecimentos não devem continuar a servir para dividir os cabo-verdianos. Aliás, a eleição do Comandante Pedro Pires por dois mandatos na Presidência da Republica de Cabo Verde em plena era “democratica” foi uma afirmação clara e inequivoca dos Cabo-verdianos de que, a Nação estava pronta para aprender, perdoar e seguir em frente, reconhecendo esta atitude, como a única forma de a Nação encontrar o seu caminho em direcção ao futuro. Não podemos continuar a viver do passado. O partido que está a governar e vive preocupado com o passado, procurando meios e formas de alterar os factos para se favorecer, não merece estar a governar. Aliás, o desvio de pratica é evidente, nos anuncios, visitas e inaugurações de última hora. Nem parece que estão a governar há pelo menos 8 anos, e agora em vésperas das eleições tudo parece abundar como um passe de mágica. Isso é de quem está seguro do trabalho que está a fazer? Não! Muito pelo contrário. Isto é prática de quem sabe que não cumpriu, que não está cumprindo, e, por isso, procura condicionar o cidadão, pela via da demonização do adversário. Será que queremos voltar ao passado?

Caro leitor,

A promoção da divisão, do ódio entre Cabo-verdianos, da exclusão de cidadãos das politicas publicas, do condicionamento da cidadania, assassinatos de carácter são tão nocivos para a nação quanto os factos de 31 de agosto de 1981.

É tempo de promovermos as pazes com a historia da nação Cabo-verdiana, promover as pazes com as gerações que nos antecederam, que fizeram aquilo que puderam, da forma como puderam. Devemos nos espelhar na divisão que está acontecendo por este mundo fora por conta de atitudes radicais como estas que assistimos do partido no poder e procurarmos seguir no caminho inverso, apostando na unificação da nação, na construção colectiva do projecto de desenvolvimento de Cabo Verde.

A Independência Nacional em 1975 e a Abertura Democrática em 1991, foram marcos fundamentais que pertencem ao legado dos Cabo-verdianos para todos os Cabo-verdianos, urge agora colocarmos mais um marco neste catálogo de legados. Um marco em que o processo democratico Nacional deixa de ser a guerra de um partido contra o outro, e passe a ser a valorização colectiva de todo o percurso nacional, em que as gerações mais recentes, a partir dos erros e dos acertos das gerações anteriores, possam dar seguimento à contínua construção de CABO VERDE, DA NAÇÃO CABO-VERDIANA.

ALDIRLEY GOMES 

Vice-Presidente Nacional da UCID

Presidente Regional da UCID – SAL

Candidato à Presidência da Câmara Municipal do Sal

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