O Sindicato dos Médicos de Cabo Verde (SINMEDCV), em nota de esclarecimento público, cujo teor Santiago Magazine teve acesso, afirma ter recebido da parte dos médicos que laboram no Hospital Agostinho Neto (HAN) denúncias sobre dificuldade de resposta neste que é o maior hospital do país, “devido ao aumento significativo da demanda de utentes a esses serviços nos últimos meses, condicionada pela limitação de recursos humanos e as condições laborais locais de precariedade, acarretando uma pressão física e psicológica nos prestadores de saúde que ali laboram.”
Neste esclarecimento, o sindicato dos médicos afirma ainda que a classe médica não é responsável pela situação por que passa o HAN, uma vez que não faz a gestão dos recursos humanos ou outros no referido hospital, remetendo toda a responsabilidade para o Ministério da Saúde e Segurança Social.
A respeito da responsabilização, a nota de esclarecimento registo que a classe médica não é responsável “1. Pela gestão de recursos humanos nos serviços de urgência, e outros, e não lhe cabe determinar e/ou garantir o número de médicos que deve fazer o atendimento diário nesses serviços. Cabe ao Ministério da Saúde e da Segurança Social, suprir, através de contratação ou outros meios, a escassez de recursos humanos (tendo em conta a quantidade de médicos que, nos últimos anos, por várias razões deixaram o Sistema Nacional da Saúde Pública) equiparando ao aumento da população; 2. Pelo grau de degradação, manutenção, aquisição ou limpeza dos serviços onde trabalha, devendo o Ministério da Saúde e da Segurança Social garantir estes serviços de forma continuada, eficaz e digna, evitando constrangimentos frequentes ao longo dos anos, nomeadamente a escassez de equipamentos (macas, camas, aparelho de Radiografia e Tomografia Axial Computorizada/TAC), medicamentos e consumíveis (luvas, gesso, lençóis, etc.)”;
Confira aqui a referida nota de esclarecimento pública, na integra:
“NOTA DE ESCLARECIMENTO PÚBLICO
O Sindicato do Médicos de Cabo Verde (SINMEDCV), representando, de momento, 128 médicos que trabalham na ilha de Santiago, recentemente reativada (BO nº 110, Il Série, de 7 de agosto de 2019), considera, perante a conjuntura sanitária atual, ser premente um esclarecimento à população sobre as preocupações da classe médica e lançar um repto aos responsáveis que tutelam o Ministério da Saúde e da Segurança Social, no sentido da resolução dos desafios que têm, de forma prolongada, afetado diretamente a prestação de serviços dos médicos e, consequentemente, a qualidade de cuidados de saúde que a população cabo-verdiana merece.
O SINMEDCV recebeu uma denúncia por parte dalguns médicos que trabalham nos serviços de urgência do Hospital Dr. Agostinho Neto, por causa da dificuldade de resposta com a mesma qualidade de celeridade de atendimento, devido ao aumento significativo da demanda de utentes a esses serviços nos últimos meses, condicionada pela limitação de recursos humanos e as condições laborais locais de precariedade, acarretando uma pressão física e psicológica nos prestadores de saúde que laboram nos mesmos.
Assim, deve ficar claro que a classe médica NÃO É RESPONSÁVEL:
A classe médica:
Face ao exposto, o SINMEDCV:
Ciente da situação atual, espera-se que as Entidades responsáveis atuem de forma a cumprir cabalmente as competências que lhes são atribuídas para a resolução a curto e longo prazo dos constrangimentos referidos.
Praia, 31 de outubro de 2019. Conselho Nacional do SINMEDCV “
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