Da provável mudança em Santa Catarina
Ponto de Vista

Da provável mudança em Santa Catarina

Nas eleições autárquicas de 2016 no município de Santa Catarina estavam inscritos 24398 eleitores no caderno eleitoral. Destes inscritos somente foram votar 15452 o que equivale a 63,33% do número dos inscritos e a taxa de abstenção em Santa Catrina foi de 36,66%. Ou seja, de cada 100 pessoas inscritas no caderno eleitoral apenas 63 foram votar.

Em 2016, o Movimento Para a Democracia (MPD) saiu vitorioso com o atual Presidente, José Alves Fernandes que conseguiu amealhar cerca 7705 votos o que representa cerca 49,86% dos votantes. O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), por sua vez, conseguiu obter cerca de 7289 votos, o que equivale a cerca de 47,17% dos votantes. É preciso realçar ainda que a diferença percentual entre os dois partidos foi de apenas 2,69% o que representa cerca de 416 votos.

O MPD ganhou as eleições em Santa Catarina com toda a engrenagem da vitória do Governo liderado por Ulisses Correia e silva que tinha acabado de vencer as eleições legislativas com maioria absoluta. O candidato vencedor, José Alves Fernandes, contou com ajuda de um grande “Guru” da política local, Francisco Fernandes Tavares e com toda a maquina do partido que na altura estava muito bem oleada. Só para sublinhar porque agora o contexto é outro, o atual presidente, candidato na altura, contou ainda com o apoio incondicional da comissão politica concelhia que se encontrava bem unida, com incentivos, recentrada na disputa eleitoral.

Hoje, em 2020, Santa Catarina está a ser disputado por quatro forças políticas (PAICV, MPD, UCID e o Grupo Independente Santa Catarina Acima de Tudo, SAT). O MPD, com José Alves Fernandes, um repetente sem carisma, sem nenhuma visão estratégica para o Concelho, está sem a Comissão Política Concelhia, possui na esfera adversária um outsider do campo político muito forte (SAT) cuja força do voto sai deste partido. Terá que encontrar forças para evitar o crescimento do PAICV e da UCID.

O PAICV apresenta-se completamente revitalizado, com alguma assertividade em apreender e transmitir a sua mensagem, embora com um candidato inexperiente para o solavanco de Santa Catarina. A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), diferentemente de 2016, aparece na disputa eleitoral em Santa Catarina com uma jovem mulher carismática, com grande performance de comunicação e com propostas claras sobre o que pretende para Santa Catarina, não obstante também verde de mais para o peso que a gestão de Santa Catarina exige.

O Grupo Independente Santa Catarina acima de Tudo (SAT) no meio de todas essas forças políticas surge como um “outsider” que até agora têm conseguido desprender no meio destas forças e tem estado a ganhar terreno e apoiantes em nome de uma causa convincente que é colocar Santa Catarina e os Santa-catarinenses acima de tudo. Este grupo apresenta propostas claras e “sui generis” que prometem alavancar o município e coloca-lo em patamares nunca dantes vistos. Em relação a liderança deste grupo é preciso realçar que o candidato a Câmara Municipal é um profundo conhecedor do município e das aflições dos munícipes. É um homem forte que decidiu deixar para trás uma brilhante e prestigiosa carreira como magistrado e advogado para responder o chamamento dos santa-catarinenses que anseiam por uma nova liderança, uma nova visão e uma recentragem do Conselho em santiago Norte. Considerando a histórica diferença dos votos entre os dois partidos a possibilidade de mudança em Santa Catariana é mais que provável.

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