"Só para terem uma ideia, em 2020 – a quando da penúltima aprovação do ETF dessa moeda mais valorizada do mercado, 1 BTC equivalia menos de USD$20.000 e, à aprovação dessa última que ocorreu no início do ano em curso, a moeda saltou para USD$73.000 [valor de mercado mais alto, verificado até o momento], ou seja, valorizou mais do que 300%, tendo, porém, decrescido um pouco, por causa das volatilidades do mercado, conforme referido, anteriormente."
[...] Depois de 15 anos da criação de criptomoeda, com o surgimento do Bitcoin [a 1ª moeda virtual, dessa era moderna e tecnológica da história mundial] pelo empreendedor [e suposto programador] japonês Satoshi Nakamoto, as criptomoedas conquistam, hoje, um espaço relevante nas arenas política e económica, internacionalmente, com os Estados Unidos da América a se revelarem, como sendo um palco importante de debate político, voltado para a consideração das valências do ecossistema “Cripto”. Isto, sobretudo, nos termos jurídicos da proteção de interesses legítimos dos investidores, assim como da própria economia americana. E essa filosofia estratégica e defensora dos ideais da economia e da política, acaba por ser extensiva à esfera global, com o hemisfério sul a se definir, por sua vez, no centro das atenções. Até porque, o Bitcoin [BTC] já é conhecido como uma reserva [moeda] de ouro, não só no seio dos investidores, mas também no de alguns governos, assim como da própria população em determinados espaços geográficos [países] e, as criptomoedas de um modo geral, como sendo ativos importantes de alavancagem e/ou crescimento económico.
[Grifo Meu]
Hoje podemos afirmar, descomplexadamente, que a questão das criptomoedas ocupa um lugar bastante privilegiado, não só no seio das elites económicas [ou seja, homens de negócios], mas também políticas, procurando, estes últimos, a se definirem, estrategicamente, como salvadores da pátria, sobretudo durante as campanhas eleitorais. E esse interesse não se restringe apenas à civilização ocidental, envolvendo a América do Norte e União Europeia, como também à esfera Sul global, onde o Brasil [na américa do Sul], Argentina, México, El Salvador [entre outros países latino-americanos], assim como a Nigéria [no continente africano e que já esteve na liderança do mercado “Cripto”], entre outros Estados do Hemisfério Sul, constituem partes integrantes desse descentralizado ecossistema financeiro de negócios.
Esta colocação permite-nos sublinhar que, se no inicio da eclosão [surgimento] dessa moeda virtual, era nojento, mesmo, assistir ou dar ouvido ao discurso alusivo ao mercado de ativos digitais, apesar de bastantes retóricas animadoras, invocando algum ânimo, durante a crise económico-financeira de 2008, hoje é comum depararmos com discursos políticos estratégicos, centrados no potencial das “Cripto”, prometendo ou demonstrando a relevância da sua institucionalização [regulação], no contexto económico das coisas. Isto claro, quase sempre, numa perspetiva de transmissão de ideias estratégicas, em torno da construção e ampliação da imagem política de determinados candidatos às eleições [democráticas].
Esse gesto acaba por espelhar a promessa da transformação económica de Estados em questões, por ocasião das lutas renhidas pelo poder político, expressas em propagandas e/ou campanhas eleitorais e a consequente realização de sufrágios eleitorais, em ambientes democráticos da escolha de potenciais candidatos.
Trata-se, do que, por exemplo, tem acontecido, nos Estados unidos da América [ou em outras esferas do globo terrestre, como referido supra], durante a campanha eleitoral para a nomeação de determinados candidatos, primeiramente, às representações bipartidárias [partidos democrático e republicano], rumo à esfera do poder político, passando pela corrida, neste caso particular, à presidência do país mais democrático e rico do mundo. Ali, o assunto das criptomoedas entoou o discurso da campanha eleitoral, ainda antes das nomeações democrática e republicana, de Joe Biden e Donald Trump.
Entretanto, torna-se importante realçar, em decorrência dessa abordagem, o facto de que as aludidas nações da esfera Sul global, acabaram por importar o estilo “Cripto” da maior economia mundial [EUA], tendo-o, ao mesmo tempo, arrastado ou trazido para a [linguagem/discurso] política. Bem, antes de mais, abrindo um ligeiro parêntese sobre o status [poder económico] dos EUA, gostaríamos de dizer que, mesmo que a China tivesse liderado a economia mundial em determinados momentos da sua projeção [crescimento] ou evolução económica, o primeiro [EUA] poderá manter o domínio económico, ainda por um bom tempo. Isto, mormente, devido à dimensão ou grandeza do seu PIB per capita [ou seja, no corpo de cada pessoa/residente], sendo, de longe, superior ao da China e da India juntos, obviamente, por causa, se calhar, do estatuto de gigantes demográficos desses últimos. Fácil compreender o motivo: Quanto maior for ó número de filhos numa família [país, neste caso particular], menor será a [sua] capacidade de resposta, face à satisfação das suas necessidades.
Com a atual liderança demográfica da India, a China passou a se figurar, como o segundo país mais populoso do mundo. Mas, a grande verdade é o facto de que há alguns países, já apresentando um PIB per capita maior que o dos Estados Unidos da América, como a Noruega, Suíça e Luxemburgo, por exemplo, embora os EUA tenham continuado na liderança económica, uma vez que existem critérios, nomeadamente o IDH [mesmo com a Noruega se perfilando no topo da Tabela], o próprio PNB [isto é, a capacidade económico-produtiva do país, onde os EUA se destacam, pela positiva, ganhando vantagens sobre os demais pertencentes ao mundo ocidental], aliado ao PIB per capita [estando obviamente relacionado com o contexto individual das coisas, ou seja, com os termos da felicidade [ou seja, o FIB [Felicidade Interna Bruta], sendo, tradicionalmente, existente em países, como a Finlândia, Noruega e mesmo, hoje, nos EUA, na Singapura, entre outros paraísos democráticos, preocupando com o bem-estar comum de suas populações]]. E hoje, a esses aspetos, alia-se a estatística inerente ao aspeto da liderança da população milionária/bilionária, cujos EUA se destacam nesse ranking, ocupando o primeiro lugar na Tabela classificativa, a nível mundial, com mais de 800 bilionários, até o momento.
Nesse quesito, a China ocupa o 2º lugar com 400 super-ricos, a India no 3º, com 200, de acordo com a Forbes Portugal que faz referência a um conjunto de 7 países do mundo, com maior número de bilionários, incluindo a Federação Alemã, no norte da Europa e a Federação Russa, na parte leste [Cf.: https://www.forbespt.com/conheca-os-sete-paises-com-mais-bilionarios-no-mundo-tres-ficam-na-europa/. Acesso a 11.08.2024]. Como atrás enaltecido, trata-se tão-somente de um ligeiro parêntese de esclarecimento sobre os termos da grandeza económica de determinados Estados, num breve quadro comparativo das coisas.
Retomando o âmbito da relação entre criptomoedas e questões de interesses político e económico, vale reiterar que, quando determinados governos facilitam a movimentação ou exploração de mercados de ativos digitais, evitando, deste modo, o policiamento do sistema “Cripto”, eles acabam por ter uma certa relação política e económica das coisas, mesmo que não haja institucionalização ou regulação oficial do mercado. E quando eles permitem essa liberdade económica de seus cidadãos, através do green card, ou seja, permissão em termos de acesso a esse sistema de investimento, os bons frutos poderão surgir, mediante a possibilidade de taxação de rendimentos obtidos do tráfego, a nível desse ecossistema financeiro, com consequências positivas, em matéria do fortalecimento de suas economias.
No entretanto, é importante considerar que, nem nos EUA existe, ainda, uma regulação oficial do mercado, embora nessa nação, tenha existido, tradicionalmente, um acesso democrático ao sistema, o que tem facilitado a construção de um castelo [património] milionário de novos ricos. Essa democratização do acesso a esse ecossistema de investimento/negócio deve-se, de entre outros motivos, à aprovação de determinados ETF’s [Fundos negociados em bolsas de valores] de Bitcoin [2 ou 3, ocorrendo-se, quadrieanualmente], com impacto, a nível da sua valorização [monetária/cambial] do mercado.
Só para terem uma ideia, em 2020 – a quando da penúltima aprovação do ETF dessa moeda mais valorizada do mercado, 1 BTC equivalia menos de USD$20.000 e, à aprovação dessa última que ocorreu no início do ano em curso, a moeda saltou para USD$73.000 [valor de mercado mais alto, verificado até o momento], ou seja, valorizou mais do que 300%, tendo, porém, decrescido um pouco, por causa das volatilidades do mercado, conforme referido, anteriormente. Também ali, foi o palco de aprovação recente do primeiro ETF de Ethereum [1 ETH corresponde, aproximadamente, USD$3.000/3400, embora se tenha registado, nos últimos tempos, uma queda acentuada do seu valor de mercado], podendo, ainda, haver luz verde para a aprovação do primeiro ETH de Solana em solo americano, em resposta à própria ambição dos investidores do respetivo mercado de ativos digitais.
Do ponto de vista politológico [ou seja, da Ciência Política], em qualquer eleição, há sempre jogos de interesses, porque também é compreensível que nenhum candidato, nenhuma equipa eleitoral pode vencer eleições sem que haja uma estratégia bem definida, em torno da vitória. E nessa estratégia, deve-se passar, como é óbvio, por uma linguagem [retórica] política adequada que junte os valores da política e da economia e sociedade, numa ótica de convicção do povo, sobre os princípios político e económico de uma eventual governação, em caso de triunfo eleitoral de determinada ideologia política, com a eleição de seu(s) representante(s) [líder partidário ou candidato]. Por isso, um candidato que venha jogar certas promessas de campanha, nem sempre pode garantir o cumprimento imediato de promessas feitas, através da tomada de certas decisões relacionadas com essa investidura [campanha] eleitoral.
Nos EUA, por exemplo, o candidato Donald Trump [partido conservador/republicano] se mostrava um pouco cético, com relação às criptomoedas, durante o seu mandato [2016-2020], o que não acontece, hoje, enquanto potencial candidato à Casa Branca, embora admitamos que de 2020 para os dias atuais, muita coisa possa ter, verdadeiramente, mudado na sua mente. Até porque, hoje os seus apoiantes, de entre os quais muitos investidores e/ou empresários, já engajados, se calhar, no negócio das “Cripto”, não vão permitir que ele venha desviar atenção de seus compromissos de campanha. E quanto ao partido democrata, veja que embora Joe Biden não tivesse muito simpatizado, anteriormente, com a cultura eco-sistémica de criptomoedas, ele tem facilitado essa cultura inovadora de negócios, por via da intervenção ou colaboração da FED [Banco Central Americano], porque caso contrário, essas aprovações de ETF´s de aludidas moedas digitais, não seriam possíveis, sem o seu consentimento. Portanto, existem, aqui, ligeiras vantagens do partido democrata, nesse aspeto importante, a nosso ver.
Ora bem, com a substituição do atual presidente americano que até tinha admitido a aceitação do Bitcoin, no quadro da mobilização do seu apoio, ainda pouco se conhece sobre a posição de Kamala Harris [oficial candidata do partido democrata], face à indústria de criptomoedas, apesar de ela ter conseguido mobilizar ou atrair, deveras, uma grande enchente, ao longo de comícios sob a sua liderança, pelo menos até os debates que se aproximam com o candidato republicano. Estará ela pronta para o debate das “Cripto”, cujos internautas [“usuários/investidores do mercado de ativos digitais] norte americanos desafiam, nessas eleições? Ao que sabemos é que esse mercado tem reagido bem ao fenómeno da campanha “Harris”. Apesar disso, veja, também, que a grande verdade constitui o facto de que a popularidade de Donald Trump [Homem de negócio], hoje, em termos do sistema “Cripto”, é bastante alta, no seio dos eleitorados americanos, sobretudo por ele ser um grande estratega, no nosso entendimento. Apesar de tudo, irmãos, não podemos pronunciar nem a favor nem contra qualquer desses candidatos. Que o povo americano saiba bem decidir o melhor, nas suas escolhas. O Importante é que os EUA e o mundo se triunfem desse embate político. Cabo Verde vai, por sua vez, apoiar o que o povo americano venha, finalmente, decidir, nos termos democráticos das coisas.
Na realidade, como pudemos afirmar, por outras expressões, no início deste artigo de opinião, os EUA não se encontram isolados nessa simpatia ou ambições política e económica, sobre a questão da evolução, crescimento e desenvolvimento da indústria de criptomoedas, uma vez que outros Estados já as trouxeram para as suas agendas política e económica. Isto significa que o discurso das “Cripto” ultrapassou a fronteira dos EUA, para se triunfar noutros espaços geográficos [nações], nomeadamente na Europa, no Brasil e américa do Sul, em geral, bem como no próprio continente africano, enquanto linguagens [retóricas] dos domínios político e económico. Neste quadro estratégico, voltado para a valorização da relevância dessa indústria criativa e inovadora, os Estados como El Salvador, Argentina, Venezuela, entre outros países latino-americanos, não têm deixado despercebidas suas perspetivas de aproveitamento das vantagens que essa indústria pode proporcionar, do ponto de vista do crescimento económico ou melhor dizendo, da própria transformação económica, política e social de suas nações. Por isso, num momento oportuno, os políticos procuram, estratégicamente, erguer um debate político de ideias, assentes nas propostas do potencial transformador dessa indústria, sobretudo enquanto estratégias e táticas de campanhas eleitorais. O mesmo, podemos dizer, com relação à Nigéria e Kénia, p.ex, [entre outros países, no continente africano], onde se mostra muito expresso, o casamento da política e da economia, com a indústria “Cripto”, no centro das atenções.
Para terminar, diríamos que, de um modo geral, a indústria de criptomoedas tende a caminhar para a interiorização [assimilação] física, espiritual e psicológica, do nosso quotidiano, assim como a era [do início do surgimento] da internet [Novas Tecnologias de Informação e Comunicação] se tem destacado para o nosso quotidiano, vitralizando e transformando, pela positiva, as nossas vidas e as de toda a sociedade, de um modo global, reproduzindo, deste modo, a emblemática tese de Maryanne Shramm, por nós inibida, numa das edições do presente jornal digital [Cf.: https://santiagomagazine.cv/ponto-de-vista/criptomoedas-uma-simples-retorica-ou-realidade-lobal-i. publicado a 17.06.2024].
Ela constitui e irá constituir, ad eternum, o sinónimo de transformação económica global das nações, ciente dos desafios que os Estados devem ter, em matéria da proteção do sistema, contra o exercício de eventuais crimes, nomeadamente os de corrupção, branqueamento de capitais [e crimes conexos], entre outros crimes cibernéticos. Estamos a falar, irmãos, de medidas que os governos devem tomar, numa ótica do estabelecimento de coordenadas preparativas, face ao regulamento do mercado, mediante o desenvolvimento de ações de consultorias jurídicas e informáticas especializadas.
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