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Covid19. A responsabilidade social não é uma opção, é sim, uma obrigação
Ponto de Vista

Covid19. A responsabilidade social não é uma opção, é sim, uma obrigação

A  Prevenção contra o  uso excessivo do álcool teve impacto em todo o território nacional. A envolvência das instituições, públicas, privadas e da sociedade no geral nas campanhas de informação e sensibilização foi visível. Fez-se música, spots publicitários, realizaram-se palestras, fóruns, colóquios, tudo no intuito de conscientizar a população a não optar pelo uso excessivo do álcool, tendo em conta as consequências nefastas para a saúde individual e pública. Tudo isso tem razão de ser e todos aqueles que participaram na dinamização e divulgação da lei estão de parabéns.

Agora pergunto, por que não, a envolvência de todas as instituições e da sociedade na sensibilização contra o COVID19?

Este assunto, não pode ficar apenas sob os cuidados e a responsibilização do Ministério da Saúde.  Todos devemos nos unir para conscientizar a sociedade das medidas que deve seguir com o objetivo de evitar uma catástrofe sanitária.

Este vírus veio mostrar que o investimento na saúde está muito aquém das reais necessidades dos países. Nem os desenvolvidos estão preparados, quanto mais Cabo Verde, pelo que a prevenção é a palavra de ordem. Todos, a Presidência da República, o Parlamento, o Governo, as entidades religiosas, as Câmaras de Comércio, as Câmaras e Assembleias Municipais, as Organizações da Sociedade Civil e as famílias devem fazer uma campanha voluntária para sensibilizar as pessoas a seguirem as orientações das autoridades sanitárias competentes e as recomendações da Organização Mundial da Saúde.

A tendência, entre nós, é tomarmos tudo na base de brincadeira, mas este vírus é uma realidade, é sério e tem impacto em todos os setores, económico, social, político e ambiental. Até este momento mais de 181.000 pessoas, a nivel mundial, já foram  infetadas, entre as quais mais de 78.000 tratadas e mais de 7.000 óbitos. Aqui em Cabo Verde apesar do empenho das autoridades na prevenção e na criação de condições para fazer face a uma eventual entrada do vírus no país, apelamos a que tenham uma atenção especial as pessoas que vivem na rua.

Hoje, o país já tem condições para realizar o diagnóstico em tempo real, contudo há fraquezas que devem ser resolvidas, desde logo, a disponibilização no mercado do álcool gel. O Parlamento Cabo-verdiano, enquanto representante do povo, pode também apelar à responsabilidade social. Ainda em relação à Assembleia Nacional, congratulamo-nos pelo facto de terem criado, internamente, as condições, particularmente de higiene sanitária e de disponibilização de informações (palestra, folhetos, audiovisual) com vista a segurança da saúde dos funcionários.

O COVID19 tem um impacto extraordinário na economia, mas este não é o momento de contabilizarmos os prejuízos que poderá ter a economia.  Sabemos que Cabo Verde é um país de risco, tendo em conta a sua vulnerabilidade, por isso todos temos que apostar na prevenção, seguindo as orientações das autoridades. Apelamos a responsabilização das pessoas que vêm do exterior.  Países, particularmente do Ocidente, estão a tomar medidas drásticas para evitar a propagação da infeção. Em alguns países estão a fechar as igrejas, comércios, indústrias, linhas áreas, marítimas e terrestes e a colocar, em isolamento, pessoas que chegam do exterior, tudo isso no intuito de proteger os residentes e evitar a propagação do vírus, medidas aplausíveis e consideradas louváveis. Mesmo assim, no caso das igrejas, podem até fechar as portas para evitar a aglomeração de pessoas, mas não parar a sua ação social. As igrejas têm granjeado grande confiança na sociedade, por isso, este é o momento de ir a sociedade fazer o seu trabalho de sensibilização. Pedimos a todos que continuem orando para estagnação do COVID19. A nível internacional, os Estados estão a disponibilizar recursos financeiros para reforçar ações contra o vírus

Este vírus veio mostrar uma coisa muito importante, a valorização que as instituições, independentemente da sua natureza, devem dar às pessoas, particularmente à população ativa que, no caso de doença, o país não produz. Não há desenvolvimento e nem crescimento económico sem pessoas. As pessoas devem estar no centro das atenções e das decisões de qualquer gestor.

Os cuidados básicos, como por exemplo lavar frequentemente as mãos, utilizar lenços descartáveis, cobrir a boca ao espirrar e tossir, manter ambientes bem ventilados e evitar lugares de multidões e contato com pessoas engripadas e outros, são fundamentais neste momento.

Embora, sem razões para desespero, devemos nos preocupar  com os cuidados básicos de higiene e contribuirmos para o fortalecimento do sistema imunológico.

A responsabilidade para atenuar a propagação do vírus é de cada um de nós. Por isso, apelamos às pessoas, a não pensarem no eu, mas sim na segurança da saúde de todos que residem em Cabo Verde.

Março de 2020

-Técnica parlamentar

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Redação