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Combater a Inflação tornou-se dever de todos, não é hora de exigir, é hora de colaborar!
Ponto de Vista

Combater a Inflação tornou-se dever de todos, não é hora de exigir, é hora de colaborar!

...na conjuntura económica e social em que se encontra o país, com uma dívida pública que só aumenta, e um Governo que em tempo de crise aumenta o número de ministérios “alimentando as vacas gordas”, passando de onze para dezanove ministros (hoje contamos com um total de vinte e oito governantes, incluindo os secretários de Estado), com empossamento de mais diretores, penso ser um desrespeito para nós as prioridades do Governo, que quer mitigar a crise sem afetar a sua estrutura, “engordando as vacas gordas” e “esquecendo das vacas magras”. O esforça deveria ser recíproco (...), a hora, agora, demanda por uma colaboração coletiva!!!

Constitucionalmente expondo, é tarefa do Estado criar politicas sociais e económicas capazes de garantir a estabilidade social e económica do país. Atualmente, depara-se com a situação gritante de pobreza aguda no país.  Mas de quem é a culpa!? Quiçá, não acham diretamente culpados.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) afirma haver “insegurança alimentar aguda” em Cabo Verde. Preocupante! A Organização da Nações Unidas (ONU) indica como principais fatores de insegurança alimentar no país: a seca, a pandemia e a crise da guerra na Ucrânia.

Essa insegurança e/ou crise alimentar e nutricional faz com que as pessoas (aquelas que têm posses) comecem a dispor de bens para se alimentarem, numa espécie de troca mercantil (podendo ser produto por produto ou produto por dinheiro).

É triste! Porém, a realidade vivenciada no país equipara-se, não na gravidade, mas em parte, a um retrocesso na História cabo-verdiana.

As dificuldades que o país e o mundo global enfrentam, advém sobretudo do custo de importação de alimentos considerados de primeira necessidade. Isto leva-nos a repensar a política social e económica do país, uma vez que quem mais sofre é a camada populacional menos favorecida ou os “economicamente vulneráveis”. Sendo a massa maioritária obrigada a “gastar mais recursos por menos alimentos”.

A inflação tende a aumentar e faz-se sentir não só nos produtos de primeira necessidade, mas, também, nos bens e serviços. E mesmo que o governo queira “tapar o sol com a peneira”, na tentativa de iludir que em Cabo Verde não há fome aguda, não temo como, mesmo que por ventura queira pensar que poderia ser pior (como no tempo colonial). Tem tentado, também, encontrar soluções para essa situação, tendo adotado medidas nesse sentido.

Ao negar aumento salarial, atualmente fixado no valor de 13.000$00 (treze mil escudos) mensais, o governo gere inquietações, um estado de desespero, pois as pessoas enfrentam o aumento do preço de produtos de primeira necessidade sem qualquer possibilidade de acompanhar esse aumento. Penso que a questão está exatamente nisso. Não há que acompanhar a inflação, há que combatê-lo.

Particularmente, defendo o aumento salarial, numa vertente variável. Entretanto, no momento exigir tal aumento implicaria, numa visão simplista da economia, aumentar a inflação.

Ora, se numa economia de mercado a lei da oferta e da procura é quem determina a formação de preços, entre o preço oferecido e o preço procurado, considera-se que os consumidores procuram cada vez mais quando menor for o preço; e as empresas ofertam com o preço relativo a quantidade, isto é, quanto maior a quantidade menor é o preço.

Normalmente, há que existir um equilíbrio no cruzamento da curva da oferta com a curva da procura, havendo um preço de equilíbrio no mercado. Entretanto, nem sempre é possível tal equilíbrio, e o termo económico, Ceteris Paribus (todo o resto constante) considera que a dinâmica da procura e da oferta também pode ser influenciada pelo factor aumento de rendimento dos consumidores, uma vez que com a melhoria do poder de compra aumentaria a procura de produtos.

Neste sentido, reflito na questão do aumento salarial, no agora, e ao saber que os sindicatos tencionam manifestar contra o Governo no aumento salarial, aflige-me, pelo caos social e económico, que pode carretar. Há que conhecer e analisar bem as circunstâncias para exigir direitos!!!

Temos de refletir sobre a inflação nas nossas decisões de consumo, e deixar um pouco a parte o egoísmo social, e acima de tudo, o pensamento de que “o Estado tem que dar (...)”. Temos que aprender a poupar e gerenciar o pouco recurso que temos, para que possamos atravessar a crise.

Lembrando sempre que é ilusório a ideia de que a vaca ou a cabra dão leite! É chegada a hora de percebermos que tanto a vaca e a cabra produzem leite, mas para bebermos teremos que tirá-lo, ou seja, tudo exige esforço!

E, na conjuntura económica e social em que se encontra o país, com uma dívida pública que só aumenta, e um Governo que em tempo de crise aumenta o número de ministérios “alimentando as vacas gordas”, passando de onze para dezanove ministros (hoje contamos com um total de vinte e oito governantes, incluindo os secretários de Estado), com empossamento de mais diretores, penso ser um desrespeito para nós as prioridades do Governo, que quer mitigar a crise sem afetar a sua estrutura, “engordando as vacas gordas” e “esquecendo das vacas magras”. O esforça deveria ser recíproco (...),  a  hora, agora, demanda por uma colaboração coletiva!!!

 

 

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