A odisseia de Ulisses e os Democratas   
Ponto de Vista

A odisseia de Ulisses e os Democratas  

Defendida por muitos ascendentes a juristas, o movimento que ora governa o país tem trazido anos de muita dificuldade aos residentes. A mais recente novidade é o aumento do preço da farinha de trigo, devido a decisão unilateral de não subsidiar mais o custo da farinha de trigo, bem de primeira necessidade. Como disse, um putativo militante rabentola, “kenha ki sta pagaba ta ricebi nhos insultos, é podi trá kuando bem entender”. Já há alguns anos, lembro-me da grande revolta após a frase dita por JHA numa das suas aparições ao público. Vender canja e pastel nunca foi um problema a quem consegue sobreviver através dessa prática, UCS e companhia limitada usou isso como lema para atacar, pois tinha prometido algo muito melhor, 45 mil postos de emprego bem remunerado, e hoje ele quer retirar o emprego em quem lida com a venda de produtos derivados do trigo retirando a subsidiação da farinha de trigo. Ou seja, antes comer “pon k´chá” era motivo de “txacota” agora já não, este bem de primeira necessidade se tornará artigo de luxo.

O ano de 2022 foi um tanto turbulento, no que tange as questões municipais. Sem muitas novidades “Ulizianas”, foi marcado, mais uma vez por um ataque vil e tendencioso ao autarca Francisco Carvalho, todos sabemos porquê. É nítido de que a intenção deste governo não é a diminuição da pobreza, mesmo sabendo que com a diminuição da pobreza outros problemas sociais terão também solução. A autoexclusão observada hoje em dia, advém da pobreza, dos empregos pouco qualificados com nível salarial extremamente baixo, com o custo de vida aumentando e o poder de compra a ser desvalorizado deixando muito aquém dos patamares de subsistência. Retratada pela expansão dos excedentes populacionais, pelos grupos marginais que não conseguem encontrar trabalho, a pobreza é consequência da exclusão e sinónimo da carência, onde lembra Valladares, e em lugar de pobre consagra-se a expressão “população de baixa renda”.

A prioridade em identificar e clarificar a população residente mais vulnerável, ajuda o governo a focalizar a ação social combatendo a pobreza e assim a exclusão. Com a expansão da cidade capital, a desigualdade aumenta nas periferias, a segregação cotidianamente imposta, levando a falta de oportunidade de emprego, défice da dinamização da economia local, a elevada taxa de analfabetismo e consequentemente ao aumento da criminalidade. O combate a pobreza nunca foi foco de atenção prioritária no âmbito das políticas sociais e muito menos justificativa para a adoção de mecanismos redistributivos de proteção aos grupos destituídos. Ser pobre é ter a sua humanidade ameaçada, por não ter a capacidade de satisfazer suas necessidades básicas e de mobilizar os recursos necessários.

É necessário adotar uma medida assertiva, combater as injustiças sociais, para assim atingir uma sociedade igualitária, favorecendo também os grupos sociais que estão em desvantagem chegando a um ponto de equilíbrio, porém diariamente constata-se não ser isto uma prioridade do nosso governo.

Na mensagem de final de ano todos foram surpreendidos com a hilariante e disparatada declaração do chefe do estado, afirmar que a confiança dos cabo-verdianos continua no governo, justificando mais uma vez a inoperância por causa da crise, da guerra na Ucrânia, das secas e apesar da crise a economia cresceu…cresceu?... E a pobreza não diminuiu?...

Quem também não se lembra da atribuição da culpa da criminalidade a Guarda Municipal? Muito me espanta um alto dirigente a confundir as funções de um poder municipal com um nacional, com diferenças de atuação, mesmo sabendo que, para a criação da polícia municipal, deve-se aguardar que o Governo avance com a aprovação do referido decreto-lei, pois trata-se de um processo que envolve o poder executivo, assim ampliar as funções para o combate à criminalidade.

Mas ele certamente estaria a brincar, tal como fez a sua ministra de infraestruturas que em vez de priorizar a construção de habitações a nível nacional criou um instituto de reabilitação de casa para competir com a CMP no processo de reabilitação, driblando totalmente a lei.

 É uma treta atrás da outra!!

Continuou ainda, na mensagem de boas festas, o tal chefe do governo, UCS afirmou que os cabo-verdianos tinham todas as razões para estarem confiantes, o caminho seguro e a felicidade prometida foi bem aceite segundo ele. UCS só vê notícias na TCV/RTC, televisão controlada de Cabo Verde, que só passa propagandas governamentais e tempo de antena MPDista, em pleno horário informativo e que na verdade querem camuflar estes 12 meses de dificuldades que serão vividos e sentidos principalmente pela camada mais vulnerável, comparado com o ano transato.

O pesadelo da “TA sem V”

O pesadelo dos Transportes aéreos vividos veio com a promessa dos 11 Boeings, prometidos pelo Vice Primeiro Ministro Olavo Correia.

A companhia nacional, antes fora muito criticada na governação de José Maria Neves, porém, hoje, conseguiram “arrebentar” com tudo, prejudicando mais ainda os Cabo-Verdianos. A atual administradora, ou é a mais sortuda por ter pessoas teimosas a apostar na sua administração ou é a mais azarada por estar a manchar a sua careira com os problemas da companhia aérea nacional. O pior de tudo é que, o que parece, esta já não se importa se a reputação será rabiscada ou não, o que vale é ter uma boa conta bancária, e o país que se lixe. Depois de muita campanha e publicidade, nada se fez para resolver os problemas dos TACV, contratos sigilosos e que prejudicaram a todos, de todas as formas possíveis.

O arrestamento do avião em Holanda foi lema de campanha, porém, os 3 boeings que chegaram com uma grande festa dos discípulos ventoinhas conseguiram ficar retidos na flórida em 2021 para suposta manutenção. Em 2021 também (sem mencionar mais outros momentos) o primeiro voo de retoma da Cabo Verde Airlines (CVA) com destino a Lisboa, previsto para sair à 18 de junho, não era mais do que uma armadilha da Loftleidir Icelandic para arrestar o Boeing 757 da Cabo Verde Airlines em Lisboa e por sorte, foi emitido um aviso ao UCS através de Marcelo Rebelo de Sousa. Sem mencionar os avales dados a essa mesma companhia estrangeira que comprou por preço de rifa a nossa transportadora nacional, ou seja, venderam nossa companhia por 48 mil contos sem receber o dinheiro e continuaram a investir dando milhões a empresa estrangeira que assinaram contrato, surreal.

Tudo por causa de um contrato que parece o tão famoso sigilo de 100 anos do ex presidente brasileiro Jair Bolsonaro, ninguém sabe os meandros. No que tange aos contratos de concessão sigilosos este governo é especialista.

Aproveito para perguntar, qual foi o preço do “novo” avião Praia de Santa Maria, destruído há alguns dias atrás apos ser colocado a venda e não aparecer compradores, por ser novo demais? Por onde anda o avião “Fontainhas”?

Pelo menos agora temos o meio avião prometido, dois aviões e meio.

Subida exagerada dos preços

Defendida por muitos ascendentes a juristas, o movimento que ora governa o país tem trazido anos de muita dificuldade aos residentes. A mais recente novidade é o aumento do preço da farinha de trigo, devido a decisão unilateral de não subsidiar mais o custo da farinha de trigo, bem de primeira necessidade. Como disse, um putativo militante rabentola, “kenha ki sta pagaba ta ricebi nhos insultos, é podi trá kuando bem entender”. Já há alguns anos, lembro-me da grande revolta após a frase dita por JHA numa das suas aparições ao público. Vender canja e pastel nunca foi um problema a quem consegue sobreviver através dessa prática, UCS e companhia limitada usou isso como lema para atacar, pois tinha prometido algo muito melhor, 45 mil postos de emprego bem remunerado, e hoje ele quer retirar o emprego em quem lida com a venda de produtos derivados do trigo retirando a subsidiação da farinha de trigo. Ou seja, antes comer “pon k´chá” era motivo de “txacota” agora já não, este bem de primeira necessidade se tornará artigo de luxo.

Com o aumento do custo de vida, os problemas sociais que antes já eram muitos, agravam-se, e a procura por apoio social nas diversas autarquias locais aumenta.  A tentativa do governo em sufocar as autarquias e ajudar apenas as que detém dirigentes com a mesma cor partidária é mais que um castigo para os cabo-verdianos, ultrapassa as investidas dos capitalistas.

Liderança do país

No meio de tantos problemas muitos anseiam pela chegada das eleições, nosso povo é assim, prefere sofrer do que manifestar. Dizem algumas bocas que o povo é conivente com a situação na qual vivemos, porém, não podemos reclamar, pois, a geração atual foi assim criada para ser, “miniz di 2000 gosta di festa”. A geração criada por pais ausentes, avós sentimentalistas e influenciada muitas vezes pelas redes sociais.

Porém, com a liderança nacional falha, aguarda-se por um líder comprometido com a população cabo-verdiana e com a democracia em si, com capacidade e vontade de reconstruir o país, mobilizando e incentivando a população.

Já dizia um conhecido provérbio oriental “bons tempos criam homens fracos, homens fracos criam tempos difíceis, tempos difíceis criam homens fortes e homens fortes criam tempos fáceis”.

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