A atuação de UCS como presidente do MpD é péssima *
Ponto de Vista

A atuação de UCS como presidente do MpD é péssima *

A falta de pujança e a dificuldade em tomar decisões difíceis leva a que ele forme um Governo, que considera necessário para enfrentar o contexto vivido, mas que se tem revelado numa decisão desastrosa. A falta de humildade para reconhecer que não foi a decisão acertada e proceder a uma reforma de fundo no Governo, tem inquietado muita gente e militantes do MPD.

Aproximam-se as eleições internas e há que separar as águas e fazer uma análise serena e racional.

O MPD tem de momento um líder legítimo que é o Ulisses Correia e Silva, e há uma certa confusão do papel deste enquanto líder do partido e enquanto Primeiro Ministro. Confusão gerada muitas vezes por quem apoia a sua continuidade como líder do partido, tentando justificar com a sua boa atuação enquanto Primeiro Ministro.

Não sobram dúvidas que o MPD enquanto Governo e o UCS enquanto o PM fez e está a fazer um Bom trabalho, num contexto de crise sanitária, crise financeira derivado desta, crise hídrica e como se não bastasse agora a guerra na Ucrânia que tem afetado todo mundo e Cabo Verde não fica de fora.

Antes de 2019 o crescimento era visível e exponencial e isso refletia-se na vida das pessoas e na felicidade destas. Agora a retoma ainda que de forma branda, começa a dar sinais. Os desafios são enormes, mas creio que todos juntos os ultrapassamos.

No entanto, coisa diversa é a atuação do UCS enquanto presidente do partido, que é péssima, até acaba por prejudicar a sua atuação enquanto PM.

A falta de pujança e a dificuldade em tomar decisões difíceis leva a que ele forme um Governo, que considera necessário para enfrentar o contexto vivido, mas que se tem revelado numa decisão desastrosa.

A falta de humildade para reconhecer que não foi a decisão acertada e proceder a uma reforma de fundo no Governo, tem inquietado muita gente e militantes do MPD.

Piora tudo quando em 2017, alterou-se os estatutos concentrando todos os poderes da Comissão Política Nacional num só órgão o presidente do partido ou seja numa só pessoa, que pode a seu bel prazer agarrar num guardanapo, fazer ou desfazer o Governo.

Mais, as alterações propostas e aprovadas por esta direção, retiram à CPN e à DN do partido poderes que passam a concentrar no Presidente do partido, perigando a Democracia interna e os princípios e valores em que se assentam o partido.

A falta de empatia com a sua base de apoio, tem sido flagrante. Jamais podemos esquecer quem nos legítima e sufraga o nosso programa.

A eliminação das CPRegionais cria um fosso entre as bases e a cúpula do partido, não foi uma boa opção política tendo em conta até a geografia do país.

De relembrar que é esta mesma base que agora é chamada a eleger o Presidente do Partido, e claramente não podemos de forma alguma pedir a ela que légitime quem os abandona, quem os desmerece, para além do facto de que este por três vezes não teve oposição, para se reeleger.

Por isso entendo ser saudável para a Democracia,que haja disputa interna e que os militantes possam sem qualquer tipo de condicionalismos escolher a próxima liderança do partido, e pessoalmente apelo que optem pela mudança.

E ninguém, absolutamente ninguém, pode ter a intenção de liderar um partido ad eterno, seria de um grande contra-senso á democracia, e pior não deve achar que tem legitimidade para sair e ditar quem ocupa o seu lugar, este papel, este poder cabe aos militantes do partido.

Eles, Nós todos, é que vamos escolher de forma livre, sem qualquer tipo de condicionalismo o próximo Presidente do MPD!

 

Andyra Lima

Membro da Comissão Política Concelhia da Praia

Artigo original publicado pela autora no facebook

* Título da responsabilidade da redação

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