O presidente da câmara de São Vicente garantiu não haver crise na autarquia que dirige, que só está na cabeça dos “incendiários”, que se aproveitam de desentendimentos existentes em qualquer câmara ou Governo, com vários partidos políticos.
Augusto Neves reagia hoje, em conferência de imprensa, nos Paços do Concelho, no Mindelo, ao posicionamento do presidente da Comissão Política Regional do PAICV em São Vicente, o qual, também em conferência de imprensa, acusara o Governo de “fingir” ante a situação reinante na câmara de São Vicente ao enviar dois técnicos da Administração Central para auscultar os eleitos municipais e estruturas da autarquia, sem um mandato de inspecção oficial, “perante uma situação tão grave”.
Neves respondia também aos movimentos Sokols e de Desenvolvimento de São Vicente, que, também em conferência de imprensa na semana passada, pediram “urgência” na acção sobre a “instabilidade” na câmara de São Vicente e sobre os “graves riscos” de se ter um presidente que “não é controlado no exercício do poder”.
Augusto Neves disse não ser tempo para “oportunistas” e “aproveitadores políticos”, uma vez que houve eleições recentemente e estes não apresentaram os seus projectos.
“São Vicente não vive nenhuma crise, a crise está instalada na cabeça e mente perversa de oportunistas que aproveitam de desentendimentos que podem existir em todo mundo, em qualquer câmara ou Governo com vários partidos políticos, para meterem mais lenha na fogueira”, sustentou, apelidando os seus confrontadores de “incendiários”.
Segundo a mesma fonte, o desenvolvimento e os trabalhos da câmara e do Governo se processam “com normalidade”, uma vez que tanto o plano de actividades como o orçamento de 2022 foram aprovados pela Assembleia Municipal.
Até porque, afiançou, os quatro vereadores do MpD estão a trabalhar e não é seu problema se os restantes vereadores do PAICV e da UCID não estão a fazê-lo.
“Isto não é crise política e sim crise identitária, eles não sabem o que querem, não se reveem nesta ilha, querem é fazer desordem”, acusou Augusto Neves, assegurando estar aberto para continuar a discutir com os partidos estas “quezílias meramente políticas” e que “em nada beneficiam São Vicente”.
Para o presidente, a ilha precisa de “paz e harmonia” para enfrentar os novos tempos, daí, afastar o cenário de eleições intercalares, porque só faltam dois anos para o fim do mandato e então as eleições “não são a melhor saída”.
Contudo, asseverou, havendo eleições intercalares está pronto, uma vez que a população está vendo todo o trabalho feito.
Augusto Neves disse ainda não ser autocrata, mas sim um munícipe que está dando contribuição à ilha, enquanto a população assim o entender.
Questionado ainda sobre a averiguação feita recentemente por inspectores do Governo à câmara de São Vicente, o autarca pediu que se deixe a comissão trabalhar e esperar os resultados do relatório “para as pessoas saberem a verdade”.
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