A presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, apelou esta quinta-feira, 17, a elaboração de um processo eleitoral “com muita transparência”, sobretudo, para permitir a participação de todos os cabo-verdianos, sem condicionamento e de forma livre.
A líder do PAICV fez este apelo em declarações à imprensa, à saída da audiência com o chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, por considerar ser o momento em que a Comissão Nacional das Eleições (CNE) deve estar atenta e corrigir as falhas.
“Acreditamos que faz sentido essa auscultação embora, na nossa perspectiva, as eleições deverão ser de acordo com os depósitos legais, e considerando o mandato presidencial, nos finais do mês de Março”, disse, sublinhando, por outro lado, que além da marcação das eleições é também importante a criação de condições necessárias para que os cabo-verdianos possam exercer o seu direito ao voto.
Quantos às eleições legislativas, defendeu que seja cumprido o quadro legal, ou seja, os dispositivos constitucionais legais no país que estabelecem balizas para marcação das datas das eleições.
Janira Hopffer Almada disse estar preocupada com o recenseamento no estrangeiro, alegando ter informações de várias partes do mundo, onde existem comunidades cabo-verdianas com recenseamento muito atrasado.
Se isso for verdade, a presidente do PAICV admite que poderá condicionar a participação de muitos cabo-verdianos na diáspora no processo eleitoral.
Além desta preocupação, avançou ainda informações que dão conta de que o exercício de voto na diáspora será apenas nas embaixadas.
“Queremos crer que não é verdade, pois, isso inviabilizaria a participação de muitos cabo-verdianos na diáspora, pelo que faço um apelo para que as falhas detectadas nas eleições autárquicas sejam corrigidas na perspectiva de mudarmos as coisas”, realçou.
Na sua declaração, a líder do PAICV chamou a atenção da CNE para que mantenha atenta, considerando alguns fenómenos denunciados, particularmente, uma feita pelo primeiro-ministro, em que afirma que houve situações de compra de Bilhete de Identidade no país.
“Uma informação desse nível vinda de um primeiro-ministro deve ser averiguada, pois quem compra é porque pode e quem tem autoridade deve fazer averiguações e aferir de onde provém esta postura, prevenido para que este tipo de situações não se repita”, salientou.
Questionada sobre sua preocupação quanto a situação financeira do país para com duas eleições num contexto de pandemia, Janira Hopffer Almada realçou que a sua inquietação é com o nível de endividamento, sobretudo interno, e com o facto de não estar a corresponder a nível de investimentos na sociedade e sectores como saúde, educação e outros.
Com Inforpress
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