Política

Carlos Silva fez essas declarações na sessão solene da Assembleia Municipal, em comemoração dos 51 anos da criação desse município do interior de Santiago, evento que teve lugar na Praça Municipal e foi presidido pelo Presidente da República, José Maria Neves.

“(…) Queremos Santa Cruz cidade capital de agro-negócio, sendo o maior produtor e abastecedor de referência nacional no ramo agro-alimentar, nutricional e de segurança alimentar de Cabo Verde, garantindo um crescimento económico, inteligente, sustentável e inclusivo”, vaticinou o autarca.

Para que isso aconteça, adiantou que as grandes prioridades já estão definidas e já existe uma “agenda económica ambiciosa” que está a ser trabalhada conjuntamente com o Governo e outros parceiros de desenvolvimento de Cabo Verde.

De entre as “grandes prioridades” destacou projectos em curso e em negociação como o desencravamento das localidades com potenciais agrícolas e turísticas, o dossiê Justino Lopes, a mobilização de mais água para a rega, através da dessalinização de água salobra com recurso a energia solar, através da instalação de painéis nos furos de abastecimento de água para a rega, a massificação de rega gota-a-gota e a “forte aposta” nas novas tecnologias de produção agrícola.

O autarca apontou ainda a elaboração do “master plan” para edificação de um “grande” polo industrial e comercial, um cais de cabotagem, retoma regular entre Pedra Badejo e Maio, uma Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, transformação do Fundo de Inclusão Financeira em Fundo de Promoção do Desenvolvimento Rural, trabalhar para promoção da economia azul e circular para tornar o sector das pescas mais dinâmico e mais competitivo.

Nesse sentido, Carlos Silva disse acreditar que com o apoio e a vontade de todos os santa-cruzenses dentro do país e na diáspora, do Governo e parceiros nacionais e internacionais que vão alcançar tal desiderato.

Por outro lado, em jeito de balanço dos 51 anos da criação do município, separado em 1971 como uma freguesia do concelho da Praia, o autarca afirmou que Santa Cruz ao longo dos tempos obteve “grandes ganhos” em todos os domínios de desenvolvimento, mas também teve perdas como a do título de maior produtor de produtos agrícola e de maior complexo agro-alimentar, e ainda se perdeu a ligação marítima regular entre Pedra Badejo e a ilha do Maio.

De entre as áreas, destacou ganhos na agricultura, pesca, pecuária, turismo, saúde, juventude, saneamento e ambiente, educação, desporto e cultura, segurança, protecção civil e bombeiros, habitação, requalificação urbana e ambiental, acessibilidades, modernização administrativa, habitação social, água e electricidade.

Durante o seu discurso Carlos Silva comprometeu-se a até o final do mandato (2020-2024) ter assegurado água, electricidade e casa de banho com uma cobertura a 100 por cento (%) em todo o município.

“Santa Cruz de hoje é de longe melhor que Santa Cruz de 1971”, fruto de muito trabalho e sacrifício de muitos”, rendeu homenagem a todos os que deram o seu contributo pelo desenvolvimento desse município do interior de Santiago.

De entre as prioridades estão ainda a Escola Secundária Alfredo da Cruz Silva, em Pedra Badejo, que precisa de uma “intervenção profunda” e a construção de uma outra em Achada Fazenda e em Cancelo, pelo Governo, a construção de um Posto de Saúde na região Sul com sede em Achada Fazenda, e a ambição de ver a Delegacia de Santa Cruz ser elevada à categoria de Hospital Regional de Santiago Leste, assim como uma nova esquadra policial.

Na ocasião, anunciou a inauguração do estádio municipal e da primeira fase da requalificação do centro histórico da cidade de Pedra Badejo para breve, e do Centro Cultural “Sema Lopi” ainda este ano.

Prevê-se ainda transformar Pedra Badejo numa das cidades “mais limpa, mais bonita, mais segura, simpática, acolhedora, digital e inclusiva” e capital do Funaná, inteligente”, transformar Santa Cruz numa cidade desportiva e de Funaná.

Por seu turno, o chefe de Estado observou que o município de Santa Cruz tem muitas potencialidades que não estão exploradas, apontando a título de exemplo as áreas da agricultura e pecuária.

José Maria Neves referiu-se igualmente à possibilidade de transformação e conservação de produtos agrícolas e pecuários, ao tratamento e conservação do pescado, aos benefícios de um cais para descarga de pescado ou para escoamento da produção agropecuário, incremento do turismo, sendo que este último, segundo ele, pode oferecer oferta variada.

Por seu lado, os eleitos municipais José Gonçalves (PAICV, poder), e Paulino Oliveira (MpD, oposição) reconheceram os ganhos e transformações ao longo dos 51 anos da criação do município em vários sectores do desenvolvimento, mas atribuem-nos aos sucessivos governos e autoridades municipais.

Entretanto, divergem quanto aos investimentos feitos nas potencialidades do município, sobretudo nos sectores primários e no turismo.