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Presidente angolano despede-se de Cabo Verde com honras militares no Palácio do Povo em São Vicente
Política

Presidente angolano despede-se de Cabo Verde com honras militares no Palácio do Povo em São Vicente

O Presidente de Angola, João Lourenço, despediu-se hoje de Cabo Verde com honras militares realizadas no Palácio do Povo, no Mindelo, e assistidas por cidadãos que aplaudiram os chefes de Estado dos dois países.

João Lourenço e José Maria Neves chegaram ao Palácio do Povo por volta das 09:40 com aplausos de alguns populares, que fizeram questão de assistir à cerimónia, e reuniram-se numa sala, num particular muito breve, para as despedidas oficiais.

De seguida, os dois chefes de Estado, Angola e Cabo Verde passaram pelo tapete e saíram para o exterior do palácio, onde foram presenteados com a actuação da Banda Militar, que entoou o hino militar.

Logo após os dois presidentes passaram revista às tropas e cumprimentam a comitiva cabo-verdiana, antes de João Lourenço se despedir definitivamente, sem declarações à imprensa, e entrar na viatura que o levaria ao Aeroporto Internacional Cesária Évora, para regressar, no avião presidencial, à Angola.

A visita do chefe de Estado angolano a São Vicente, que se iniciou nesta terça-feira, após dois dias na Cidade da Praia, inaugurou a Presidência de José Maria Neves, no quadro da descentralização e que tem entre os objectivos realizar actividades no Palácio do Povo, na cidade do Mindelo.

Ademais, na noite desta terça-feira, o palácio mindelense recebeu a cerimónia de condecoração de José Maria Neves a João Lourenço, com a mais alta distinção do Estado de Cabo Verde, 1º Grau da Medalha Amílcar Cabral em reconhecimento ao seu “percurso e liderança na promoção da paz” no continente africano.

Na ocasião, João Lourenço declarou-se “profundamente honrado” e classificava a homenagem “não como um acto de natureza pessoal, mas sim, e fundamentalmente, como um gesto de reconhecimento do papel que o povo angolano desempenhou com “profunda entrega” no quadro da luta do movimento de libertação nacional africano, pela erradicação do Regime do Apartheid na África do Sul e, consequentemente, a libertação dos povos da África Austral.

Conforme a mesma fonte sentiu uma “emoção maior” por estar a partilhar o momento com os cabo-verdianos que geraram “um dos melhores filhos de África”.

Antes disso, o Presidente de Angola afirmou que vir a São Vicente era uma oportunidade que o seu homólogo José Maria Neves lhe deu de “pagar uma dívida com os sanvicentinos por nunca ter pisado a ilha”.

João Lourenço falava após receber as chaves da cidade do Mindelo numa cerimónia, nesta terça-feira, no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Vicente (CMSV), com a presença do Presidente da República José Maria Neves, o presidente da CMSV, Augusto Neves, a presidente da Assembleia Municipal, Dora Pires, e demais delegações.

“No rol dos amigos cabo-verdianos que tenho, alguns deles são daqui de São Vicente e nunca me perdoaram o facto de eu me ter esquecido sempre de São Vicente nas minhas deslocações a Cabo Verde. Portanto, esta oportunidade que o Presidente José Maria Neves me deu foi para este fim, de vir pagar a dívida e fazer as pazes com os sanvicentinos”, afirmou.

A partir de agora e uma vez com as chaves da cidade do Mindelo no bolso, virá a São Vicente, segundo ele próprio, muito mais vezes, até sem aviso prévio.

O chefe de Estado angolano disse saber que “São Vicente é uma ilha, de todas as ilhas, que está com as janelas mais abertas ao mundo”, pelo que, afirmou que “não conhecer São Vicente é não conhecer Cabo Verde”.

Isto numa alusão à música “Esse país”, de Manuel de Novas, eternizada por Cesária Évora e lembrada pelos sanvicentinos.

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