Parlamento. Oposição e situação com visões diferentes sobre empregabilidade em Cabo Verde
Política

Parlamento. Oposição e situação com visões diferentes sobre empregabilidade em Cabo Verde

A oposição defendeu hoje no debate parlamentar sobre “Empregabilidade, com especial incidência na Juventude”, que não há aumento do emprego, enquanto o MpD sustenta que o emprego está a aumentar no país graças às políticas implementadas pelo Governo.

Para o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-posição), o Governo precisa deixar de governar “para a sua imagem” e começar a trabalhar para que os Jovens sintam de facto as medidas que reflitam na melhoria das as suas vidas, e as suas oportunidades aumentando.

Fazendo uma retrospectiva, a líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, disse que logo no início deste mandato o Governo começou por eliminar o Ministério da Juventude, deixando a juventude cabo-verdiana sem um interlocutor, (…) acabou com uma série de instituições ligadas aos jovens, caso da Direcção-Geral da Juventude, do Corpo Nacional de Voluntários, fechou as seis Agências de Voluntariado entre outros programas.

Ainda segundo Janira Hopffer Almada, não querendo assumir o encerramento dos 20 Centros de Juventude, o Governo transferiu-os para as câmaras municipais, para poderem “fechar as portas”, (…) a isenção de propinas prometida vai chegando a conta-gotas, houve a redução de apoios socioeducativos atribuídos pela FICASE aos estudantes carenciados, redução das bolsas de estudo, ente outros.

No entanto, conforme a presidente do PAICV, o primeiro-ministro “retira da cartola” o seu marketing “profissional e milionário”, para tentar convencer os cabo-verdianos de que está a fazer reformas, a melhorar o ambiente de negócios, a promover a competitividade e a melhorar a empregabilidade.

“Felizmente, existem Instituições Internacionais credíveis e insuspeitas, para desmascarrar a maquilhagem que esta maioria do MpD já se habituou a fazer, para ludibriar os cabo-verdianos”, afirmou Janira Hopffer Almada exemplificando com os dados do DB e do Índice de Competitividade, dizendo que “há muita retórica e discursos, mas na prática, nada está a acontecer”.

Segundo a presidente do PAICV isto era mais que evidente no Relatório do Doing Business de 2018, que indicou a queda do país para a posição 131. “Não há reformas. E nos itens sobre Governação estamos pior, como resultado do desmantelamento das Instituições e das políticas”.

Quem também afirmou que o desemprego está a aumentar é o presidente da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID). Conforme António Monteiro, apesar de reconhecer que o desemprego é um problema que “já se vem arrastando há muitos anos”, o número de jovens desempregados no país “é de bradar aos céus”

“É preciso que medidas concretas sejam tomadas para que estes jovens possam ter a capacidade de se sentirem úteis a esta sociedade. Infelizmente, são poucos os jovens que estão nesta linha”, disse António Monteiro apelando “que se coloque um ponto final na questão de empregabilidade em termos de cartão de militantes de partido”.

Por seu turno, o deputado do Movimento para a Democracia (poder), Luís Carlos Silva, socorrendo-se de números comparativos de formação profissional, apresentados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e pela Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) na governação do PAICV e na do MPD, afiançou que as medidas e políticas implementadas pelo actual Governo já começaram a dar frutos e estão “devidamente alavancadas no sucesso da nossa economia”.

Tudo isso, segundo disse, fez com que a economia passasse a crescer a uma taxa de cerca de 5 por cento (% ) ao ano, o rendimento a aumentar e o desemprego a diminuir.

“Em 2016 o desemprego era de 15 % e em 2017 foi de 12,2%. O desemprego jovem também está a diminuir. Em 2016 foi de 41 % e em 2017 foi de 32,4%. Entre 2016 e 2017 foram criados nove mil novos empregos. O subemprego também está a diminuir. Em 2016 foi 19, 4 % em 2017 já 16 por cento”, destacou reconhecendo que apesar de todo o trabalho efectuado “há ainda um longo caminho”, porque a situação não está nos níveis desejados.

Com Inforpress

Partilhe esta notícia

SOBRE O AUTOR

Redação

    Comentários

    • Este artigo ainda não tem comentário. Seja o primeiro a comentar!

    Comentar

    Caracteres restantes: 500

    O privilégio de realizar comentários neste espaço está limitado a leitores registados e a assinantes do Santiago Magazine.
    Santiago Magazine reserva-se ao direito de apagar os comentários que não cumpram as regras de moderação.