PAICV acusa Governo de desvalorizar empresa Emprofac para privatizá-la “ao desbarato e entre amigos”
Política

PAICV acusa Governo de desvalorizar empresa Emprofac para privatizá-la “ao desbarato e entre amigos”

O membro da Comissão Política Nacional do PAICV, Fidel de Pina, acusou hoje o Governo de ter uma estratégia para desvalorizar a empresa Emprofac para privatizá-la “ao desbarato, de forma pouco transparente e entre amigos”.

Segundo Fidel de Pina, que falava em conferência de imprensa, no Mindelo, só assim se pode entender como é que a Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Emprofac), detentora do monopólio na matéria, pode gerar prejuízos em 2021, ainda por cima numa situação de pandemia.

“Isso só acontece em Cabo Verde porque o Governo não assumiu a sua responsabilidade, pois havia um relatório da Inspecção-geral das Finanças, que o Governo, através do vice-primeiro-ministro ocultou, e estão à vista os resultados”, denunciou a mesma fonte.

Fidel de Pina disse ainda que a empresa recorreu a “esquemas tortuosos” para passar “por cima das leis da Aquisição Pública”, com obras “concretizadas sem contrato, facturas superinflacionadas, pagamentos por trabalhos que não foram realizados”, daí questionar como tudo isso passou “entre os pingos da chuva”.

“Claramente o Governo é cúmplice e responsável pela situação que a empresa atravessa” concretizou, lembrando que a Emprofac é uma das empresas públicas que o Governo pretende privatizar.

Segundo a mesma fonte, as justificações da administração da empresa aos prejuízos registados de 51 mil contos em 2021, conforme o relatório e contas da Emprofac, “não são verdadeiras”, por se tratar de uma empresa que detém o monopólio e forneceu “tudo o que é medicamento durante a pandemia”.

“Gestão danosa, fraudulenta e como amiguismo é a causa, e, como está escalada para privatização, claramente há uma estratégia de desvalorização para depois se poder privatizar ao desbarato”, reforçou Fidel de Pina.

Num outro ponto da sua comunicação, o político considerou que já é tempo de haver escolhas “mais criteriosas, sérias e cuidadas” dos gestores públicos e de “romper com escolhas baseadas apenas em critérios político/partidários”.

Fidel de Pina questionou ainda o Governo sobre qual será o rumo da Emprofac e como será garantido o “acesso equitativo” aos medicamentos e à saúde para todos.

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