A vice-presidente da Federação das Mulheres do PAICV, Paula Moeda, disse hoje, na Cidade da Praia, que o rosto da pobreza continua a ser no feminino e apelou à adopção de acções concretas para garantir a sustentabilidade das mulheres.
A constatação foi feita em conferência de imprensa, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher, que se celebra a 08 de Março, indicando que em Cabo Verde o índice de pobreza no seio da classe feminina ultrapassa os 50 por cento (%).
De acordo com Paula Moeda, é preciso reflectir “profundamente” sobre os desafios que as mulheres, enquanto parceiras incontornáveis do processo de desenvolvimento e um dos baluartes da família cabo-verdiana, ainda enfrentam.
Essa reflexão, segundo a também deputada do maior partido da oposição, significa adoptar acções concretas e decisões com efeitos reais em matéria de sustentabilidade futura e em consonância com a realização dos direitos e aspirações das mulheres, enquanto seres humanos e cidadãos.
“Sobretudo, num momento de dificuldades extremas, agravadas pelos efeitos da pandemia, e num cenário em que uma percentagem significativa de famílias são monoparentais e lideradas por mulheres em situação de vulnerabilidade, associada, à falta de autonomia económica e financeira”, advertiu.
Esse cenário, avançou Paulo Moeda, suscita interpelar o Governo sobre as prioridades gizadas para a camada feminina e no tocante às medidas de política, de fundo, para promover e garantir a sustentabilidade futura das famílias, chefiadas por mulheres.
“De momento, o que se constata são programas avulsas, com nomes pomposos, aparentemente, de fácil acessibilidade e sob o signo de mais empoderamento, autonomia e sustentabilidade, mas cujas vias de concretização emperram, quase sempre, em burocracias intermináveis, que tornam os processos inviáveis”, apontou Paula Moeda considerando que as políticas do Governo para as mulheres não passam de “falácias”.
Entretanto, “face à estas apurações” a Federação das Mulheres do Partido Africano da Independência de Cabo Verde recomenda aos poderes instituídos, a transitarem, rapidamente, para uma fase de ajuste das políticas públicas às reais necessidades das mulheres cabo-verdianas, “de modo a reverter as estatísticas”.
Para isso, a mulheres do PAICV apresentam como propostas o reforço do sistema de apoio às iniciativas de mulheres chefes de família, a realização de campanhas, visando a sensibilização dos homens em matéria de igualdade de género e a criação de programas para integração das mulheres no sistema da segurança social e no sector formal da economia.
A melhoria de oferta de creches e jardins de infância nas proximidades dos aglomerados comerciais com alta ocupação por parte das mães no sector informal e a criação de instâncias de apoio e orientação às estudantes grávidas, são outras propostas apresentada pela vice-presidente da Federação das Mulheres do PAICV.
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