O secretário-geral do Movimento para a Democracia (MpD), Miguel Monteiro, disse esta quarta-feira, 3 de abril, em conferência de imprensa, que o Governo ainda “não deitou a toalha ao chão” no que se refere à promessa de criar 45 mil postos de trabalho, nesta legislatura.
Miguel Monteiro reagia assim aos dados do mercado de trabalho referentes ao ano de 2018, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Conforme este responsável, o Governo ainda não desistiu do desiderato de criar 45 mil postos de trabalho porque esta meta ainda é possível.
Miguel Monteiro explicou que contrariamente ao que diz o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) as promessas dos 45 mil postos de trabalho são para a legislatura em curso. Até porque, sustentou, o Governo não tem condições de começar a criar postos de trabalho logo no primeiro ano em que começou a governar nem no final da legislatura.
“O Governo ainda não deitou a toalha ao chão em termos de criação dos 45 mil postos de trabalho” disse o secretário-geral do MpD admitindo, contudo, que atendendo a obstáculos surgidos no sector primário que emprega muita gente, se calhar vão precisar da ajuda divina para alcançar os objectivos.
“Tivemos dois anos muito maus nesse âmbito, mas se houver chuva de forma salutar, mansa e que permita termos boas culturas neste ano de 2019 estaremos em condições de cumprir “, assegurou Miguel Monteiro.
Concretamente sobre os dados do INE, o secretário-geral do MpD destacou como positivo o facto de apesar de Cabo Verde viver dois anos consecutivos de seca e mau ano agrícola e do aumento da população de mais de anos, o desemprego ter-se mantido em 12,2 por cento (%).
“A taxa de desemprego em Cabo Verde hoje, 12,2% é muito menor daquela que o Governo do PAICV deixou, 15 %”, disse em jeito de comparação, enaltecendo ainda “a diminuição do desemprego jovem (15-24 anos) de 32,4% para 27,8%” e a diminuição do número de pessoas desempregadas de 28.424 em 2017 para 27.028 em 2018.
Monteiro destacou também a diminuição da taxa de subemprego de 16% em 2017 para 14,7% em 2018, do aumento de 41% para 42,8% da população inscrita no Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) e ainda da diminuição da taxa de desemprego na população com nível superior de estudos, passando de 10,9% em 2017 para 6,2% em 2018.
Para Miguel Monteiro esses dados mostram que “o Governo está num bom caminho” e que os jovens podem ter confiança “num futuro melhor”.
Entretanto, frisou “como dado importante” a estatística sobre a população inactiva, de 15 a 24, que mostra que” a causa para a inatividade, “reside no facto de 64,5% ainda ser estudante”.
Conforme disse, a redução da proporção de jovens sem emprego, sem educação e sem formação é uma das principais metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e do Plano de Desenvolvimento Sustentável do país e os dados do emprego demonstram uma evolução positiva que “vai melhorar mais com a dinâmica do crescimento económico”.
Por outro lado, enalteceu as medidas adoptadas pelo Governo para a gratuitidade do ensino até ao 12º ano, que segundo sustentou, vai beneficiar 53.000 estudantes a partir de 2020, e “o aumento do investimento” nos programas de acção escolar que vão “reforçar o aumento de jovens com acesso a educação”, com impacto “na redução do abandono escolar e no aumento do sucesso escolar”.
Também citou o investimento na formação profissional, que vai beneficiar cerca de 5.700 jovens em 2019.
Questionado se ter 5.700 jovens para a formação profissional para 2019 não é pouco, tendo em conta as críticas, principalmente do Banco Mundial, de que os sucessivos governos “têm descurado a formação profissional” porque “o país não consegue empregar todos os técnicos superiores”, Miguel Monteiro lembrou que com os governos anteriores houve anos em que não se chegou a mil jovens com formação profissional.
“É claramente um grande ganho. Seja a nível de estágios profissionais seja a nível de formação profissional o Governo vai apostar de uma forma nunca antes vista em Cabo Verde,” declarou realçando que nem todos têm que ser engenheiros e doutores, mas há que ter “bons carpinteiros, bons canalizadores e bons contabilistas ao nível técnico”.
Com Inforpress
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