O MpD, pela boca do primeiro-ministro disse Cabo Verde está a passar por reformas reconhecidas pelas instituições financeiras internacionais e parceiros com impacto no crescimento económico, no aumento de rendimento via emprego, inclusão social e aumento da massa salarial da Função Pública. O PAICV contesta e a UCID questiona. Estes dois partidos da oposição entendem que tudo isso não passa de conversas da maioria.
No encerramento do debate mensal na Assembleia Nacional, sobre a Estratégia do Desenvolvimento Sustentável, Ulisses Correia e Silva realçou que esta reforma é ratificada pelo Banco Mundial, FMI e União Europeia, afirmando que tem permitido a criação de “9 mil 289 empregos em 2016 e 2017 contra os 15 mil 914 empregos líquidos criados entre 2011 e 2016”.
Até 2021, explicitou, o Governo tem um programa de investimento público no valor de 93,4 milhões de contos e promete canalizar 11,5 milhões de contos para aeroportos, 7,2 milhões nos portos, 5, 7 milhões nas estradas, 2,3 milhões em habitação, 31,5 milhões em ambiente, água e saneamento, 10,6 milhões em energia, 8,3 milhões em tecnologia, informação e comunicação, 6,9 milhões em requalificação urbana, 4,9 milhões em educação e 8,9 milhões de contos em saúde.
Enumerou, ainda, a melhoria na segurança como resultado das alterações de políticas, de atitudes e de reformas, bem como de investimentos realizados nestes sectores, no quadro de “uma agenda clara, reflectida no Plano Estratégico de Desenvolvimento”, para aumentar o potencial do crescimento económico e a diversificação da economia.
Apontou a privatização dos TACV, a criação do hub aéreo do Sal, a concessão dos aeroportos e dos serviços de handling, dos transportes marítimos, a concessão de transportes inter-ilhas, nas telecomunicações, no salvamento da CV Telecom, num novo sistema de financiamento e nas energias, de entre outros, como “reformas importantes” para garantir a sustentabilidade das ilhas.
Opinião corroborada pelo líder do Grupo Parlamentar do Movimento para Democracia (MpD, poder) ao considerar que o debate serviu para esclarecer a opinião pública em como o Governo herdou um país “marcado por vários problemas e dificuldades” que, entretanto, vão sendo resolvidos com “reformas corajosas e profundas”, no caminho de um “desenvolvimento sustentável”.
Rui Figueiredo reafirmou o compromisso do MpD no sentido de continuar a trabalhar a sua visão estratégica de desenvolvimento sustentável, nas mais diversas áreas, tendo inclusive sublinhado a questão da regionalização como uma das reformas “mais ousadas” que Cabo Verde poderá encetar nestes anos de governação.
Por sua vez, a presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) desmentiu as argumentações, tanto do chefe do Governo como do grupo parlamentar da bancada que suporta o Executivo, alegando “inexistência de reformas” no sistema fiscal, na agricultura, na educação, no ensino superior, nas tecnologias de comunicação e na informação.
Janira Hopffer Almada disse que o primeiro-ministro está a governar por força da herança recebida da governação anterior e que tem estado a aproveitar-se dos fundos de turismo, de ambiente e de manutenção rodoviária, transitados da anterior governação do seu partido, para transferir recursos aos municípios.
Acusou o Governo de “preferir mascarar a realidade”, ao invés de assumir desafios para um “melhor Cabo Verde”, pelo que considerou ser necessário acelerar a reforma e apostar numa agenda de transformação económica.
Enquanto isto, o deputado e líder da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, questionou o chefe do Governo se o plano anunciado vai ao encontro da Estratégia de Desenvolvimento Sustentável que, sintetizou, significa “repensar e reinventar a forma da convivência da sociedade como um todo e a sua inserção autónoma na economia global”.
Com Inforpress
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