Acabo de tomar conhecimento de um artigo, no Jornal Online "Santiago Magazine", onde se aborda a questão da Liderança do Grupo Parlamentar do PAICV, presidido por mim, desde Abril de 2016.
Respeito o trabalho de todos os Orgãos de Comunicação, Públicos e Privados, e todos os sujeitos do Sector.
E é nessa perspectiva que penso que devo contribuir, de forma conveniente e respeitosa, para o esclarecimento dos factos que sejam do meu conhecimento ou nos quais eu participei!
Assim, devo dizer, em primeiro lugar, que o Grupo Parlamentar do PAICV não promoveu nenhuma reunião na quarta-feira (contrariamente ao alegado no artigo) e em nenhum outro dia da semana passada ou desta semana. Cabe acrescentar que as Jornadas do Grupo Parlamentar só terão início no dia 14 de Maio.
Em segundo lugar, eu nunca anunciei que não iria me recandidatar à Liderança do Grupo Parlamentar, nem na referida reunião (que nunca ocorreu e eu estar ausente do País no dia 9 de Maio), nem em nenhuma outra reuniao, contrariamente ao alegado no artigo. Aliás, e sobre esta questão, basta analisar a recente Entrevista que concedi ao Jornal "Expresso das Ilhas".
Em terceiro lugar, não tendo anunciado a minha não-recandidatura, numa reunião que nunca ocorreu, eu não poderia propor ninguém para a Liderança do Grupo Parlamentar, contrariamente ao alegado no artigo.
Em quarto lugar, o Deputado Walter Évora nunca pediu a sua demissão da Comissão Politica do Partido. Aliás, ele foi o Porta-Voz da última reunião da Comissão Política Nacional, ocorrida no dia 7 de Maio (segunda-feira), onde participou activamente. Basta analisar as notícias do dia 8 de Maio.
Em quinto lugar, o Vice-Presidente João Baptista Pereira tem prestado um contributo extraordinário, seja no Partido, seja no Parlamento, estando a assumir, neste momento, especiais responsabilidades com a apresentação da nossa Proposta de Regionalizacao Administrativa, enquadrada num ampla Reforma do Estado.
Os Vice-Presidentes do Partido - Rui Semedo, Nuias Silva e João Baptista Pereira - têm estado, sempre e em todos os momentos - empenhados na defesa dos interesses do País, dos ideais do PAICV e no cumprimento do Programa do Partido, sufragado pelos Militantes no XV Congresso, com absoluta dedicação, responsabilidade, seriedade e lealdade, como, aliás, sempre foi o seu timbre.
Sobre as demais opiniões constantes do artigo, maxime àquelas que têm a ver com a minha Liderança à frente do Partido e do Grupo Parlamentar, respeito!
Mas, não me pronuncio!
Estamos num Estado de Direito Democrático, em que a liberdade de pensamento e de expressão devem ser respeitados e preservados!
Continuarei concentrada no trabalho de fortalecimento do Partido, pois Cabo Verde precisa, cada vez mais, de uma Oposição forte, capaz de fazer uma boa fiscalização da acção governativa e competente para apresentar propostas alternativas!
Foi com o espírito de prestar serviço ao meu País e ao meu Partido, que me candidatei à Liderança do PAICV e me apresentei às Eleições de 2016 (pelo PAICV) perante os caboverdianos.
Estou na política por convicção e em defesa de causas!
Continuarei, portanto, concentrada em cumprir a minha missão, tentando fazer o melhor que sei e que posso para o meu País, todos os dias, cumprindo o mandato que o Povo me deu (enquanto Deputada Nacional) e honrando o compromisso que assumi com os Militantes do PAICV!
Faça chuva ou faça sol!
Janira Hopffer Almada
* Título da responsabilidade da redacção
N.R.
O seu a seu dono
A presidente do PAICV tem razão quanto à menção de uma reunião do Grupo Parlamentar do PAICV referida no texto. Afinal, tratou-se de um encontro de um grupo de deputados desse partido, sem a presença da Janira. Tudo o resto, Santiago Magazine reafirma e reforça: estão no terreno três candidaturas à liderança do Grupo Parlamentar tambarina, Walter Évora pediu sim demissão da CP (entretanto, demoveu-se, mas continuará, ao que que se julga, em rota de colisão com a 'chefe' apesar de aparecer em publico em nome do PAICV, como, de resto, todos o fazem se tiverem oportunidade) e, principalmente, há lodo no cais deste PAICV.
Vejamos: a própria presidente do PAICV e líder da bancada parlamentar do seu partido reitera, no texto supra, que ainda não disse publicamente se é candidata ou não. Ora, como é que dois vice-presidentes da sua direcção (Nuias silva e Rui Semedo) já disseram internamente que são candidatos e estão no terreno a fazer campanha se não soubessem que a sua líder do partido e de bancada já não irá concorrer à liderança do Grupo Parlamentar?
Na verdade, Rui Semedo, experiente e ponderado como é, nunca iria avançar nesta corrida se JHA estivesse em campo, não fosse ele abrir mais feridas num PAICV carregado de chagas. Aliás, João Baptista Pereira (um dos três vices do partido) era a primeira aposta, nas hostes da actual direcção, para suceder Janira na liderança do GP, só que o político dos Picos declinou o convite, abrindo caminho para Rui Semedo.
E Nuias Silva, apesar de já não morrer de amores por JHA, não iria meter o seu carro na estrada se soubesse que Rui Semedo também é candidato com apoio de JHA, coisa que não queriam – ele e os detractores internos da própria JHA. É isto que a presidente do PAICV quer esconder. Por isso se esforça agora para passar a ideia de que, não estando presente na dita reunião, não poderia, portanto, indicar Semedo como seu sucessor ( que até é normal e legítimo), quando o proprio Semedo já fez saber entre os seus colegas que está na corrida.
E, porque também já terá contado as espingardas e antecipar o vencedor, vê-se legitimada a rever a sua posição interna e, quiçá, ressurgir-se então como candidata, apenas porque não assumiu PUBLICAMENTE se quer continuar à frente do Grupo Parlamentar. Mas, citando Katherine Graham, do Washington Post, "a notícia é o primeiro rascunho da história". Logo se verá.
A direcção,
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