Política

Janira Hpffer Almada (JHA), que falava em conferência de imprensa na cidade da Praia, começou por dizer que há momentos na vida que as pessoas são testadas a demonstrar e a provar de que fibra são. Nestes momentos, referiu, deve-se estar imbuído de um “profundo patriotismo” e colocar em primeiro lugar os interesses do país.

“É cada vez mais evidente que a hegemonia política pode prejudicar o  nosso processo de desenvolvimento, afectando várias dimensões da nossa vida em sociedade e, particularmente, a transparência na gestão da coisa pública, da qual dependem, em grande medida, a nossa credibilidade, um dos maior activos de Cabo Verde”, destacou.

Ainda nas suas declarações, JHA relembrou que o poder autárquico em Cabo Verde é suportado maioritariamente por um partido político, o mesmo que detém a maioria parlamentar, à quem cabe suportar politicamente o governo, portanto, tudo do mesmo partido político.

“Assim e em nome do equilíbrio do poder e dos ganhos que o mesmo pode ter na defesa dos supremos interesses de Cabo Verde, seria importante que o mais alto magistrado da Nação, não fosse eleito com o apoio do mesmo partido  que neste momento governa o país a nível central e que governa também a nível autárquico maioritariamente”, defendeu.

JHA disse ainda que o Presidente da República “não é chefe do Governo, não lidera o executivo e não lidera o país” e que, à luz da Constituição, não passará a governar também a partir de 17 de Outubro.

“Ao Governo da República, cabe definir, dirigir e executar a política geral e  interna e externa do país, sendo ele o órgão superior da administração pública, respondendo politicamente perante à Assembleia Nacional, no entanto, o PR é o garante da unidade da Nação e do Estado, da integridade do território, da independência nacional, devendo vigiar e garantir o cumprimento da Constituição e dos tratados internacionais”, frisou.

Janira Hopffer Almada acrescentou ainda que ao PR cabe representar interna e externamente o país, sendo, por inerência de funções, o Comandante Supremo das Forças Armadas.  

“Para mim, enquanto cidadã, esse papel do PR, de garante da unidade da Nação e do Estado, é determinante. Assim, e apesar de não liderar o PAICV desde 30 de Maio de 2021, eu assumo o meu passado, valorizo o percurso e mantenho-me firme às causas que conscientemente assumi, mantendo-me convicta que por essas mesmas causas e de forma digna travei", disse. 

"Por tudo isso, e tendo o PAICV declarado o seu apoio nas eleições presidenciais de 17 de Outubro ao cidadão José Maria Neves, eu Janira Hopffer Almada, enquanto cidadã consciente, militante responsável e, sobretudo, como ser humano que escolhe Cabo Verde em primeiro lugar, respeito a decisão do meu partido e apoio esta candidatura apoiada pelo PAICV”, completou.

Questionada pelos jornalistas se isto é sinal de um regresso à liderança do Partido, ou ao Parlamento, a mesma disse que se encontra “bem” e "realizada" a exercer a advocacia e que um político deve falar "na hora certa", dando a entender claramente que agora o foco é as Presidenciais.