O Presidente da República, José Maria Neves, disse na noite de quinta-feira em Campanas de Baixo que a grandeza de Cabo Verde está na sua diáspora que tem mostrado como se pode ir mais fácil e fazer algo grande.
José Maria Neves que participou na noite tradicional e cultural a Djarfogo (ilha do Fogo) e na homenagem a Paula Andrade “Palinha”, que no próximo mês de Junho completa 104 anos de vida, justificou o seu posicionamento com o desempenho das selecções de futebol e de andebol no campeonato africano, sublinhando que a maior parte dos atletas das duas modalidades vieram da diáspora.
“Cabo Verde é grande devido à grandeza da sua diáspora que tem mostrado como podemos ir mais fácil e poder fazer coisas mais grande e esta festa de Banderona nos ilumina o caminho, é uma luz que nos encaminha para fazer mais e ir mais longe”, precisou José Maria Neves, na sua intervenção na noite cultural a Djarfogo e de homenagem a Palinha, sublinhando que “com esta diáspora a ilha do Fogo e Cabo Verde engrandecem e vão mais longe”.
Com relação à homenagem que os filhos e descendentes de Paula Andrade “Palinha” estão a prestar enquanto festeiros da Banderona 2024, José Maria Neves salientou que é uma demonstração de gratidão por aquilo que a mesma fez pelos filhos, observando que o mundo hoje precisa muito de gratidão.
Outro ensinamento que se pode retirar com a homenagem, segundo o Presidente da República, é que a mesma demonstra o espírito de irmandade e fraternidade numa época de “muito individualismo, egoísmo e de muita violência”, às vezes, razão pela qual, entende, é “fundamental” ter a família reunida para expressar a felicidade.
“Tudo na vida tem de ter equilíbrio e Palinha foi uma mulher equilibrada e o seu sorriso tem muitas sabedorias”, destacou José Maria Neves.
O presidente em exercício da Associação dos Municípios do Fogo e da Brava, Fábio Vieira, felicitou os festeiros e organizadores da edição 2024 da Banderona pela ambição, ousadia e sobretudo pela excelência de organização de todas as actividades programadas, apelando a todos para trabalhar em conjunto para transformar a festa de Banderona num “grande produto turístico para a ilha do Fogo”.
Este apelou aos muitos emigrantes foguenses radicados nos Estados Unidos da América e não só presentes na festa como os que não puderam deslocar-se para acreditarem e confiarem no futuro da ilha e junto estabelecer uma agenda da sua transformação da ilha.
“É visível que vamos inaugurar um novo ciclo, em matéria de desenvolvimento social e económico da ilha, um alto processo de transformação da ilha na perspectiva de criar centralidades, elevar nível de competitividade e os emigrantes têm de ser o actor principal neste processo de transformação do Fogo e na promoção do seu desenvolvimento social e económico”, disse.
Fábio Vieira salientou que independentemente das diferenças e preferências todos devem estar juntos naquilo que é a causa do desenvolvimento da ilha, lembrando que os poderes local e central fazem a sua parte, mas é fundamental que a sociedade civil, privados também participem nesta agenda de transformação da ilha.
Este apelou aos emigrantes e residentes a continuarem com a mesma garra e determinação naquilo que é a promoção, valorização e preservação daquilo que é a identidade cultural dos foguenses.
Já o presidente da Câmara Municipal de São Filipe, Nuías Silva, destacou o nível da organização da festa da Banderona, a maior festa tradicional da bandeira da ilha do Fogo, sublinhando que a câmara tem “grandes desafios” para a festa de São Filipe quer a nível da organização como de artistas.
Este disse que a Banderona impõe novos desafios para a festa de São Filipe, o que, segundo o mesmo, é bom porque a ilha do Fogo e São Filipe precisam de grandes eventos.
Este defendeu igualmente que a festa de Banderona deve ser trabalhada ainda mais em todas as suas dimensões para transformar num produto cultural e turístico da ilha, não só pela sua grandeza e pelos aspectos folclóricos e culturais, mas pela dinâmica que traz à economia local, sublinhando que, neste momento, constata-se que hotéis estão praticamente lotados, restaurantes com mais movimentos, transportes de rent-car.
“Fogo tem uma grande potencialidade à volta da tradição e a cultura e identidade foguense é a força do desenvolvimento da ilha porque à volta dos aspectos culturais podemos ter vários produtos que podem atrair turistas e emigrantes para visitarem a terra e ajudar no processo de desenvolvimento”, disse.
No acto da homenagem, o representante dos festeiros, António Andrade, explicitou a homenagem a Palinha e as actividades programadas.
Depois das intervenções seguiu-se a um jantar convívio em homenagem a Palinha com actuação de artistas foguenses como Yacine Rosa, Filipe Pereira “Bidonga”, Vavo, Manny Monteiro, Matias, Nhô Nany e Amadeu Fontes.
Para hoje está programada a actuação de artistas como Grace Évora, Zuleica Rosário, Tony Barros e Thony Rosa.
Dezenas de emigrantes da comunidade de Campanas de Baixo, sobretudo radicados nos Estados Unidos da América encontram-se na ilha do Fogo para as festas, e diariamente, no período da tarde/noite, regista-se grande movimentação de pessoas e circulação de viaturas na comunidade de Campanas de Baixo e em toda a zona norte do município de São Filipe.
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