O autarca da Praia acusou esta sexta-feira, 1 de março, o MpD de tentar enlamear a sua imagem, numa coligação com instituições da República que se juntaram para atacar a Câmara da Praia, em “sinal do desespero nesta recta final do mandato”.
Instado a pronunciar-se sobre o processo que o Ministério Público abriu em relação aos instrumentos de gestão da Câmara e o julgamento que se aproxima, Francisco Carvalho disse que está sereno e tranquilo, e denunciou que instituições como o Tribunal de Contas, a Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas (ARAP) e a Inspecção Geral das Finanças se juntaram a esta coligação do partido que suporta o poder.
“Nós estamos serenos e tranquilos e gostaríamos imensamente de ver a sociedade cabo-verdiana a fazer uma análise desta situação. Uma análise comparativa porque nós tivemos ainda há pouco os relatórios em relação ao Fundo do Ambiente e o Fundo do Turismo, onde há casos graves de corrupção…O presidente da Câmara assina um crédito bancário, sozinho, nem sequer leva à Assembleia Municipal”, referiu.
Carvalho disse estranhar que não tenha havido nenhum sinal, de ninguém, “nem da parte da sociedade civil, nem da comunicação social, nem da parte da justiça para escrutinar este acto gravíssimo”, sustentando que o relatório identificou situações em que obras financiadas não existem, tendo indagado o destino do dinheiro.
Apontou a asfaltagem da Cidadela como um dos casos de corrupção clara, afirmando que “o dinheiro desapareceu, não há obras, quer dizer que alguém ficou com o dinheiro, é corrupção grave, assim como casos de obras no Plateau com dois financiamentos, um de crédito da CMP e outro de fundos, de entre outros casos comprovados de sobrefacturação.
“Nós, nessas questões que agora estão na justiça não há nenhum caso que se assemelha a estes, mas nenhum que seja. Não há um único sinal de corrupção nestes que estão agora na justiça”, frisou, acrescentando que tentam “criar percepções junto das pessoas, mas que não vão dar rigorosamente em nada”.
Este braço da justiça, explicitou, junta-se neste momento como sinal do desespero do MpD, ressaltando que foram tentando todo o tipo de bloqueio sem nenhum sucesso e que agora vem com estes processos, julgamentos e cartas no sentido de manchar a imagem.
“Aqui o que está a funcionar é a coligação que o MpD conseguiu desenvolver dentro de Cabo Verde, associando-se às instituições da República. A coisa é muito mais grave. Não vou colocar o foco numa única instituição”, denunciou este sociólogo de formação, que “disse achar interessante que o MpD conseguiu colocar na ordem do dia a palavra ilegalidade e retirar a palavra corrupção”.
Nesta linha, manifestou a sua estranheza pelos sucessivos adiamentos do julgamento da “Máfia do Terrenos, venda de lotes”, por força do que apelida de coligação com instituições da República, para que tudo passe em branco.
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