Francisco Carvalho abre congresso a prometer um PAICV unido por Cabo Verde
Política

Francisco Carvalho abre congresso a prometer um PAICV unido por Cabo Verde

Francisco Carvalho, novo presidente do PAICV, abriu o congresso do principal partido da oposição, prometendo uma força política renovada e unida para apresentar um projeto para o país, apontando às legislativas de 2026.

“Estamos prontos. O PAICV está de pé, renovado, moderno e unido”, num “projeto que é de Cabo Verde, de todos os que acreditam num país mais justo, mais sustentável e mais presente no mundo”, referiu Francisco Carvalho, que é também presidente da Câmara da Praia, capital.

Depois da frase de campanha “Praia para todos”, agora “é hora de dizer e fazer ‘Cabo Verde para todos’”, declarou.

Numa altura em que o país celebra 50 anos de independência, que se assinalam a 05 de julho, Francisco Carvalho disse ser tempo de “olhar para trás com respeito, mas sobretudo olhar para a frente com coragem”, pedindo um aplauso para o histórico líder Pedro Pires – presente no palco – e evocando Amílcar Cabral, líder da luta pela independência.

Além da independência política, Cabral almejava a dignidade de cada cidadão, referiu, dizendo acreditar “nesse legado” para construir “um país verdadeiramente livre”.

Em cerca de oito minutos, a mais curta das intervenções de abertura, Francisco Carvalho dedicou algumas frases ao partido no poder, dizendo que o MpD “teve méritos, fez conquistas”, mas “parou no tempo”, “deixou de liderar e deixou Cabo Verde para trás”.

Segundo referiu, “o PAICV fez diferente e foi para a rua, escutou as bases (..), ouviu os esquecidos e nas últimas eleições, em todo o país, especialmente na cidade da Praia, o povo deu o recado: quer renovação, quer mudança, quer futuro”, disse, numa alusão à vitória na maioria dos 22 municípios, nas autárquicas de dezembro, invertendo o mapa que era dominado pelo MpD.

O histórico líder do partido, Pedro Pires, 91 anos, antigo comandante da luta pela independência, primeiro-ministro e Presidente da República, esteve presente, com uma mensagem: “precisamos do PAICV no seu todo”, apelando à união, ultrapassado o processo eleitoral interno.

Recordou que, quando tomou posse como primeiro-ministro, há 50 anos, na independência, o país estava “de cofres vazios” e perguntou: “como foi possível o milagre? Foi possível porque fomos coesos, fomos sinceros, honestos” com a população, explicando que era necessária uma política de austeridade, para poupar.

“Nós temos de dizer a verdade às pessoas, é com a verdade que as convencemos, não é com propaganda”, disse.

Durante cerca de meia hora percorreu vários marcos da história do partido e do seu próprio percurso, para concluir que “a vida é uma escola e vamos aprendendo”.

Rui Semedo, presidente cessante, despediu-se, dizendo que “foi uma honra poder servir” o pais, através do partido.

O congresso do PAICV arrancou hoje nas instalações da Universidade da Cabo Verde (UniCV) na capital, Praia, e decorre até domingo, reunindo cerca de 500 delegados, do país e da diáspora, consagrando Francisco Carvalho como novo líder.

No sábado será apreciada a moção estratégica do novo presidente, sob o lema “PAICV para todos, Cabo Verde para todos”, e no último dia serão eleitos os novos órgãos dirigentes do partido.

Este é o primeiro congresso após as eleições autárquicas de dezembro de 2024 em que o PAICV venceu em 15 dos 22 municípios.

Francisco Carvalho reforçou, na altura, a votação na Câmara da Praia e lançou-se para a liderança do partido, que venceu a 25 de maio (com quase 62% dos votos), tendo em mira a candidatura a primeiro-ministro, em 2026.

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