A candidatura de Orlando Dias à presidência do MpD disse hoje estar em condições de afirmar que houve descarregamento de votos, nos cadernos eleitorais, por forma a determinar o aumento da percentagem dos votos expressos e a votação em Ulisses Correia e Silva.
“Tomemos, como exemplo, a mesa de voto de Paiol, cidade da Praia, onde, num universo de 105 eleitores, teriam votado 68. Porém, uma investigação promovida pela nossa candidatura apurou que, no mínimo, 14 dos votos lançados como válidos correspondem a militantes que, no dia das eleições, se encontravam ausentes do país ou da ilha de Santiago; ou, ainda, que optaram por não exercer o seu direito de voto. De sublinhar que, na referida mesa, o nosso delegado não se encontrava presente, o que terá facilitado o resultado final fraudulento”, escreve a candidatura de Orlando Dias na sua página no Facebook.
A candidatura disse ainda estar em crer que o descarregamento de votos terá ocorrido um pouco por todo o país e na diáspora, em mesas onde aquela candidatura não teve condições para indicar delegados ou, mesmo, onde tendo sido indicados, foram “ilegal e liminarmente impedidos” de ocupar os seus lugares nas mesas, como ocorreu em Portugal, com a exclusão de todos os delegados, e em Santa Cruz, onde a presidente de uma mesa de voto foi impedida de exercer funções.
“Em tese, imaginemos um universo de 300 mesas, onde supostamente seriam descarregados 10 votos… no total, teríamos o significativo número de 3.000 votos fraudulentos. Ora, em que medida é que isso determinaria o resultado eleitoral?”, questionou.
A candidatura disse, entretanto, que está interessada em levar esta investigação até às últimas consequências, pelo que solicitou ao GAPE (Gabinete de Apoio ao Processo Eleitoral) o acesso aos cadernos de militantes (com respetivas descargas) de todas as mesas de voto do arquipélago e da diáspora, cuja disponibilização aguardamos.
“Aos que, reiteradamente, afirmam que estamos a prejudicar a imagem do Partido, queremos dizer claramente que quem a prejudica são aqueles que promoveram atos criminosos, visando inquinar todo o processo eleitoral. São esses, sim, que prejudicam a imagem do MpD! E são esses, também, que devem ser responsabilizados pelos seus atos”, concluiu.
Os dados divulgados apontam que mais de 90% dos militantes do MpD optaram pela continuidade de Ulisses Correia e Silva.
Nas eleições que decorreram no domingo foram ainda escolhidos os 300 delegados à XIII Convenção Nacional do MpD, agendada para 26 a 28 de Maio.
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