O cientista político Daniel Costa considerou que o Governo deu primazia ao reforço do sector da Saúde e ao Ensino Superior face às necessidades de exigência e de qualidade, com uma demanda “para mais e melhor qualidade”.
Esta é a explicação científica de Daniel Costa, ao ser abordado pela Inforpress, quanto à composição do VIII elenco governamental desta II República, em que o executivo passa a contar com 19 ministros e nove secretários de Estados, numa altura em que o País está na luta contra a pandemia da covid-19.
Referindo-se à criação do cargo de secretário de Estado da Economia Agrária, Danilo Costa disse que o chefe do Governo deu voz às críticas veiculadas no seu primeiro mandato, assim como a instituição do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, alegando que o Ministério dos Negócios Estrangeiros volta a recuperar uma antiga secretaria para “reforçar a equipa”.
No campo da Economia, enalteceu a criação da secretaria de Estado da Economia Digital, e da do Fomento Empresarial, enquanto reforços para o ministério liderado por Ulisses Correia e Silva, com a intenção de dar respostas “mais eficazes e eficientes” em processos que estavam a ser “bastante criticados”.
Quanto a falta da institucionalização do Ministério do Trabalho neste elenco governamental da X Legislatura, o que tem provocado “insatisfação e preocupação” dos sindicatos, Daniel Costa considerou que talvez se trate de uma opção política e ideológica do próprio Governo, com “políticas neo-liberais muito claras” que, geralmente, “brigam com questões trabalhistas”.
Referiu que desde 2008 houve uma revisão na Lei Laboral, que “fragilizou e precarizou bastante” o mercado de trabalho, pelo que observou que o Governo de Ulisses Correia e Silva, desde o primeiro mandato, tem pautado por esta opção.
Nesta perspectiva, ressalvou que cabe aos sindicatos fazer a luta para colocarem na agenda as suas preocupações e as dos trabalhadores, em geral.
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