O Irão acusa os Estados Unidos da América de violar de forma flagrante a legislação internacional ao exigir a extradição do diplomata Alex Saab, detido em Cabo Verde desde o ano passado, para ser julgado pelas autoridades norte-americanas por suposto crime de lavagem de capitais.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Khatibzadeh, em declarações feitas esta segunda-feira, 16, a partir de Teerão, a atitude de Washington contraria todos os princípios e leis que regem a diplomacia reforçando que o Irão condena veementemente a tentativa de extraditar Alex Saab para o julgar no seu país.
na sua alocução, Khatibzadeh disse que "a legislação diplomática e a sua implementação estão incorporados na lei internacional, com a Convenção de Viena a definir todas as bitolas".
Para o chefe da diplomacia iraniana, país com o qual Saab tem boas relações e que tem sido um dos grandes inimigos dos Estados Unidos, a detenção desde o ano passado do empresário e embaixador da Venezuela junto da União Africana, foi ilegal. "Saab estava numa missão diplomática, enquanto representante diplomático do governo da Venezuela, para levar produtos médicos e alimentícios para o povo venezuelano, quando a administração americana barrou a missão, apenas por motivações políticas, aplicando a sua lei extraterrestre".
Khatibzadeh acrescentou ainda que a tentativa de Washington para extraditar "um enviado especial da Venzuela" enquanto está em "solo de um país terceiro" (Saab foi detido em Junho do ano passado quando efectuou uma escala para reabastecimento na sua viagem ao Irão) "não só contraria todos os princípios e estatutos aprovados para os diplomatas, como pode ser uma ameaça às leis internacionais e as relações entre estados".
E concluiu: "A República Islâmica do Irão condena veementemente toda e qualquer conduta contrária aos princípios internacionais sobre a actividade dos diplomatas".
Com este posicionamento, vindo do Irão, o caso Alex Saab ganha uma outra dimensão, sobretudo se se levar em conta a posição assumida na semana passada pela Rússia, que também apoia a libertação do diplomata venezuelano, descendente de libaneses e nascido na Colômbia.
Depois de o Supremo Tribunal de Justiça confirmar a decisão do tribunal da Relação de Barlavento para a extradição de Alex Saab - apesar de o Tribunal da CEDEAO decidir o contrário, assim como a Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas - o processo subiu ao Tribunal Constitucional, que depois de o julgar na passada sexta-feira, 13, deve anunciar a sua decisão até o dia 20, sexta-feira.
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