Uma mulher viu-se obrigada a atirar o filho pequeno de um prédio para o salvar de um incêndio. O fogo terá sido ateado por um grupo de pessoas que pilhavam as lojas no centro de Durban.
Uma mulher em Durban, na África do Sul, teve de atirar o filho pequeno de um prédio para o salvar de um incêndio, esta terça-feira. Segundo o Evening Standart, o fogo terá sido ateado por um grupo de pessoas que pilhavam as lojas no centro da cidade em mais um dia de distúrbios após a prisão do antigo Presidente sul-africano Jacob Zuma.
O incêndio, que começou no rés-do-chão do edifício, espalhou-se aos andares superiores, obrigado os inquilinos a fugir. Imagens captadas no local mostram o momento em que uma mãe atirou o bebé de uma altura considerável para um grupo de vizinhos em frente ao prédio. A mulher, que se reuniu com o filho pouco depois, desceu por um escadote. Os bombeiros chegaram 20 minutos depois.
Pelas filmages é também possível perceber a situação caótia que se vive no centro de Durban, uma das cidades afetadas pela onda de violentos distúrbios que há uma semana assola a África do Sul. Nesta cidade portuária, os residentes tiveram de se armar com armas de fogo para proteger comunidades, casas e negócio, alvo de pilhagens. Grandes armazéns de distribuição em Rivehorse Valley terão sido saqueados, apesar da presença do Exército sul-africano, destacado na segunda-feira para conter a situação que teve como ponto de partida a prisão de Jacob Zuma na quarta-feira da semana passada.
Zuma, antigo Presidente e ex-líder do Congresso Nacional Africano, condenado a 15 meses de prisão por desrespeito a uma ordem do Tribunal Constitucional, a mais alta instância judicial do país. O ex-chefe de Estado sul-africano recusou-se a testemunhar no âmbito de uma investigação sobre alegadas corrupções durante o seu mandato presidencial.
A condenação de Zuma gerou a indignação da população, que desde então têm atacado lojas equipamentos públicos e vandalizado as ruas, exigindo a libertação do ex-Presidente e protestando contra a crise económica que o país atravessa. Pelo menos 72 pessoas morreram em sequência desta onda de violência e cerca de 2.400 foram detidas.
A situação levou o embaixador português na África do Sul, Manuel Carvalho, a apelar aos portugueses residentes no país a “ficarem em casa”, garantindo que as autoridades portuguesas estão “alerta” devido à violência em várias regiões sul-africanas. São cerca de 450 mil os cidadãos portugueses a viverem na África do Sul.
Fonte: Observador
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