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Um olhar existencial da delinquência juvenil
Colunista

Um olhar existencial da delinquência juvenil

A ausência de uma realidade vinculativa e definida como base substancial e existencial redundam em insuficiência no perfil psicológico e social dos jovens. Muito mais do que estrutura é preciso essencialidade. Estamos numa sociedade de estruturas e políticas de respostas, os apelos endógenos impõem um novo paradigma de postura e perfil de estratégia, muito mais do que respostas paliativas e instantâneas, é preciso fortalecer vínculos e estabelecer sistemas de integração interpessoal. Desenvolver uma linha de interação em contacto permanente e um seguimento holístico.

Nenhuma resposta amparada no imediatismo e senso de vantagem pessoal, constitui base para colmatar as lacunas no composto do perfil da delinquência vigente. Ausência de uma política humana, valorização familiar, apontam para um declínio vertiginoso no âmago da personalidade da juventude cabo-verdiana. Uma realidade que apela uma intervenção de fundo, sem qualquer justificativa antropológica ou sociológica.

Trabalhar na base dos problemas, criar condições de respostas profundas, projectar a formação integrada com enfoque na transformação humana, são caminhos decisivos para uma mudança real na rotina e na conjuntura dos jovens. Um olhar sincero e responsável á camada juvenil cabo-verdiana, é um imperativo de natureza imediata sob pena de abraçarmos um suicídio de valores, sonhos e um futuro caótico.

Ecos de Socorro vem sendo ouvidos de várias latitudes, desatento vem formando cada dia seu carácter macro. Sem dúvida que a indiferença não será uma solução, é preciso decisão genuína, coerência nas análises, liderando assim as causas da juventude cabo-verdiana.

É impossível pensar numa juventude de qualidade sem refletir nos desafios presentes e nas relações complexas que a nossa sociedade apresenta no contexto multicultural e tecnológico. Quando pensamos sobre a juventude actual, nos deparamos com uma cultura de procura na sua dimensão existencial.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine