Entrelinhas

A Cidade da Praia está a ser alvo de uma sistemática ação de vandalização de equipamentos públicos, sem que as autoridades policiais - ao que se saiba - tenham promovido qualquer diligência (uma que seja!) para chegar aos autores destes atos criminosos que, tudo indica, são organizados.

Ao não empreenderem diligências que permitam chegar aos vândalos, as autoridades policiais falham em toda a linha e levantam legítimas suspeitas.

Tratando-se de um período pré-eleitoral, bem se percebe a quem serve a inércia de uns e os atos de vandalismo de outros.

Objetivo não é o furto, é “apenas” destruição

Na noite da última segunda-feira, 14, o alvo dos criminosos foi a Delegação Municipal de São Martinho, onde claramente o objetivo não foi o furto, “apenas” a cobarde destruição de equipamentos. E, nessa mesma noite, os vândalos atacaram a praça do bairro, cortando plantas e deixando-as no local.

Ainda na noite de segunda-feira, placas de obras na Achada São Filipe foram vandalizadas e atiradas ao chão. No entanto, o registo de ocorrências deste tipo não se fica por aqui, o que comprova a sistemática e organizada ação de vandalização.

Na semana anterior, os criminosos invadiram o gabinete da Direção de Promoção da Saúde Municipal, no Parque 5 de Julho, remexeram gavetas, deixaram o caos no espaço e, mais uma vez, não roubaram nada.

Um pouco por toda a cidade, está também em crescendo a destruição e o furto de plantas.

Reportando-se a esta onda criminosa, a Câmara Municipal diz esperar que “a Justiça cabo-verdiana faça a sua parte em relação aos prevaricadores”. Não temos uma visão tão otimista.

Se as autoridades quisessem fazer alguma coisa, já o teriam feito!

Gente manhosa e desesperada

A intenção é óbvia: pretende-se apagar qualquer obra executada pela atual equipa camarária, para tentar dar substância à narrativa de que esta Câmara não fez nada. Do mesmo modo que criaram a narrativa do lixo, ao mesmo tempo que, cirurgicamente, se queimavam contentores e se espalhava lixo pela cidade.

É, contudo, um exercício um bocado manhoso: a obra está lá, as pessoas sabem e já começam a pensar a quem serve o vandalismo. Ora, isso não dá votos! E os praienses, cada vez mais, sabem o que está em causa.

É, de facto, gente muito manhosa e desesperada, apenas movida pelo ódio e o despeito!