Paulatinamente, a extrema-direita tem vindo a assaltar o MpD, de tal modo que até já perdeu a vergonha e adota slogans do fascismo, do bolsonarismo e do trumpismo. Tratando-se do partido “fundador da democracia” (como estão sempre a enfatizar), é obra!
O jovem turco do bolsonarismo crioulo e candidato ventoinha à Câmara Municipal de Santa Cruz, Liver Gomes, deixou claro qual é a sua proposta política: “O meu foco é Deus, Família, Pátria e Liberdade”, escreveu o candidato e secretário-geral da JpD (a organização da juventude ventoinha) no seu perfil da rede social Facebook, não sabemos se embalado pelas suas incursões etílicas (que já o levaram algumas vezes à esquadra policial).
É o MpD um partido de extrema-direita e simpatizante do fascismo? Não nos parece que seja já esse o caso, no entanto, nos últimos anos os sinais são preocupantes, e uma coisa é verdade: a extrema-direita tem vindo a ganhar espaço ao nível das lideranças, dos órgãos nacionais do partido e mesmo no parlamento.
E isto não começou com os negócios da mais alta liderança ventoinha com um financiador do Chega (o partido português de extrema-direita), envolvendo um ex-primeiro-ministro (e então embaixador nos EUA), um vice-presidente do MpD e, pelo meio, a tristemente famosa história do Mercedes. Isto é, apenas, um pormenor das corrupções intrínsecas à extrema-direita.
A tomada do MpD pela extrema-direita é anterior a estes factos, vem sendo construída, pelo menos, há quinze anos, numa aposta clara na nova geração de quadros ventoinha, formados na “escola” de Olavo de Carvalho e guiados por um suposto “intelectual” do fascismo crioulo.
Não, não se trata de uma teoria da conspiração, os sinais estão aí para confirmar que a extrema-direita pretende tomar o MpD e usá-lo como alavanca para alcançar o poder.
A democracia corre um sério risco. É preciso estar alerta!
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