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Descaradamente, um governo em campanha eleitoral
Entrelinhas

Descaradamente, um governo em campanha eleitoral

O objetivo de tomar a Praia custe o que custar, traduz-se nestas tentativas de isolar a governação municipal, mas também de atrasar o desenvolvimento do município (o que é criminoso!). O governo, que tanto se vangloria das obras realizadas nos municípios e que, de facto, as realizou em todos, regista uma exceção: o município da Praia que, por sinal, alberga a capital de um país chamado Cabo Verde.

Se dúvidas houvesse, um facto ocorrido na última quarta-feira deita por terra os mais crédulos do governo, ou os mais ingénuos. Um facto, aliás, que destapa a verdadeira natureza de um governo que, privilegiando a sua agenda eleitoral partidária, não tem qualquer pejo em menorizar a saúde dos cabo-verdianos (neste caso, dos praienses) e o combate à dengue.

Conforme se soube pelo noticiário mediático de ontem, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, fez um convite atempado para uma reunião com estruturas nacionais de saúde e organizações internacionais com o objetivo de dar a conhecer as suas propostas de combate e concertar ações contra a Dengue.

Na lista de convidados, para além do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), da Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS), do Comando das Forças Armadas, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), estavam a ministra da Saúde, o Serviço de Proteção Civil e Bombeiros e a Delegacia de Saúde da Praia.

Concertação de objetivos políticos e conjugação de interesses económicos

A ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, o Serviço de Proteção Civil e Bombeiros e a Delegacia de Saúde da Praia, não estiveram presentes, com a ministra a alegar incompatibilidade de agenda porque, segundo se justificou, tinha um compromisso para o mesmo dia e hora.

Até aqui, poder-se-ia pensar não haver nada de estranho na escusa da ministra que, de todo o modo, poderia ter-se feito representar, mas o problema é que o tal compromisso alegado para a ausência foi marcado, precisamente, após receber o convite do presidente da Câmara Municipal da Praia.

Ressalta à evidência a existência de uma concertação política, ao nível do governo, para tentar isolar a Câmara Municipal da Praia e, em particular, o seu presidente. Uma concertação de interesses onde se cruzam objetivos políticos e conjugação de interesses económicos, apeados da área de influência municipal com a entrada em funções de Francisco Carvalho.

É, aliás, uma concertação de interesses antiga, gizada e desenvolvida desde o início desta governação municipal, influindo em instituições públicas e privadas, mas também internacionais, para que não colaborassem com a Câmara Municipal da Praia, como se esta e Francisco Carvalho fossem portadores de algum tipo de lepra.

Isolar a câmara e atrasar o desenvolvimento

O objetivo de tomar a Praia custe o que custar, traduz-se nestas tentativas de isolar a governação municipal, mas também de atrasar o desenvolvimento do município (o que é criminoso!).

O governo, que tanto se vangloria das obras realizadas nos municípios e que, de facto, as realizou em todos, regista uma exceção: o município da Praia que, por sinal, alberga a capital de um país chamado Cabo Verde.

Aos mais céticos em acreditar que o governo de Ulisses/Olavo sabotou durante os últimos quatro anos a Câmara Municipal da Praia, lançamos um repto: que obras é que o governo realizou na Cidade da Praia?

Esta é, sem dúvida, a “pergunta de um milhão de dólares”, só para referir um conhecido filme de Hollywood…

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