Quando estão próximo do fim, governos e políticos têm uma incontrolável tendência para o disparate.
Se, por um lado, Olavo Correia diz que a emigração de jovens para o estrangeiro decorre das oportunidades de formação que o governo colocou à sua disposição e que, por tal, é uma coisa boa; por outro, Ulisses Correia e Silva, num raro momento de sinceridade, reconhece que as pessoas emigram porque não têm oportunidades na sua terra.
Ou seja, que são exilados económicos forçados!
Em pré-campanha na ilha das montanhas à custa do erário público, o ainda primeiro-ministro veio dizer uma coisa extraordinária: “há cada vez menos razões” para as pessoas saírem de Santo Antão por falta de oportunidades.
Precisamente aquilo que vinha garantindo desde 2016.
Da sinceridade à charlatanice
Deixando de lado o raro momento de sinceridade a que fizemos referência, Ulisses entrou célere no modo charlatanice indo à ilha lançar vários projetos e garantindo que vão mudar “o panorama social e económico”, retendo as pessoas no seu cantinho.
“São grandes projetos com impacto na economia de Santo Antão. Estamos a falar do turismo, da agricultura, da energia e da indústria, que vão gerar empregos e criar riqueza. Estamos a criar condições para que nós sintamos Santo Antão como uma ilha de oportunidades”, disse Ulisses.
Há um problema: nenhum dos projetos estará pronto antes do final do ano e o seu apressado lançamento só quer dizer uma coisa: é uma mera ação de propaganda para enganar os tontos e maquilhar o cenário negativo vivido pelo governo.
É, sem dúvida, um derradeiro esforço para tentar reduzir os danos, fidelizando a cada vez mais reduzida bolha de apoiantes.
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