Famílias e operadores económicos apontam prejuízos devido à falta de água na Praia
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Famílias e operadores económicos apontam prejuízos devido à falta de água na Praia

Moradores e operadores económicos da cidade da Praia dizem que contabilizaram vários prejuízos devido à falta de água que afecta a capital do país há várias semanas, deixando a população “revoltada e indignada”.

Caroline Silva, dona de um empreendimento turístico em Achada Santo António, na cidade da Praia, disse que ficou "indignada" com esta situação, que se arrastou por duas semanas, e que durante as festividades do Natal e fim do ano acumulou prejuízos porque os turistas e emigrantes que vieram hospedar no seu espaço ficaram sem água.

"Estou revoltada porque recorri a autotanque para abastecer a minha pensão num preço elevado para que os hóspedes tomassem banho. Fui várias vezes pedir explicações à AdS e sem sucesso", exprimiu.

Acusou a AdS de não comunicar com os clientes e nem sempre dar uma explicação quando é que a água vai ser distribuída, e que somente hoje teve água na torneira, mas que os prejuízos que registou “são enormes”.

“Mesmo sem água nas torneiras as facturas sempre veêm com o mesmo valor de antes e muitas vezes com um valor muito mais elevado quando não há água”, queixou-se.

Nina Silva, uma dona de casa de 46 anos que reside na zona da Várzea, mostrou-se igualmente indignada com a falta de água “há dois meses”.

Avançou que faz o pequeno almoço para vender e por várias vezes não conseguiu porque, conforme explicou, é com a água que se faz tudo, desde a preparação dos alimentos e lavar loiças, entre outras coisas.

Segundo ela, nos primeiros dias, ao saber da falta da água, recorreu a casa de amigos e familiares com botijas para pedir água para satisfazer as suas necessidades, numa casa com oito pessoas. 

Além disso, avançou que esses dias comprou também água de autotanque a um preço elevado e com “muito sacrifício” devido a muitos pedidos.

Carlos Sanches, um professor e pai de família que reside na zona de Bela Vista, disse também estar indignado com a AdS e que esta empresa sempre tenta convencer a população com a mesma conversa, ou seja, "a falta de água é devido à avaria", e questiona até quando se ouvir a “mesma cantiga”.

"Sem água não dá para fazer nada, já estamos aqui um mês sem água e ficamos a deslocar de uma zona para outra à procura e às vezes deslocamos até para o interior”, concretizou.

Gabriela Tavares, uma vendedeira ambulante de água, sucos e lanches, que reside em Paiol, também se mostrou insatisfeita, avançando que este problema afectou todos os praienses, e por onde se passava ouvia as pessoas a falar de falta de água.

"Passamos o Natal e fim do ano tristes porque sem água não dá para lavar roupas, cozinhar e tomar banho, e nem para fazer o negócio", afirmou.

Por esses dias, acrescentou que não conseguiu fazer o seu negócio algumas vezes, devido à falta de água.

Na segunda-feira, 06, o presidente do conselho de administração da empresa Águas de Santiago (AdS), Nilton Duarte, explicou que a situação da avaria da distribuição da água se deveu a uma avaria num posto de transformação por parte da entidade produtora, a Electra, que “reduziu consideravelmente” a capacidade de produção e distribuição de água.

De acordo com uma resolução aprovada pelo Governo em Conselho de Ministros, de 02 de Dezembro de 2022, a Águas de Santiago (AdS) preverá investir mais de 400 mil contos no combate às perdas no abastecimento de água e na reabilitação das condutas.

O objectivo deveria passar pela "reestruturação profunda no sistema de abastecimento de água e saneamento na ilha de Santiago", nomeadamente na cidade da Praia, conforme previsto no plano de investimentos da AdS.

Instado pela Inforpress como está o andamento deste processo, Nilton Duarte, respondeu que este projecto já está em curso, lembrando que este programa de eficiência hídrica tem como base a redução de perdas, avançando que muitos trabalhos já foram feitos nesta área.

Com este investimento avançou que houve "melhoria substancial” na redução das perdas físicas e roturas no fornecimento de água.

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Comentários

  • Casimiro centeio, 7 de Jan de 2025

    Às vítimas não lhes interessa o VERBO, interessa-lhes a CONJUGAÇÃO.
    De nada servem as explicações quando os ouvidos estão totalmente ocupados pelos prejuízos !

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