Família, era do capitalismo e crise de valores. A importância da figura paterna para o desenvolvimento da criança
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Família, era do capitalismo e crise de valores. A importância da figura paterna para o desenvolvimento da criança

O presente artigo tem por objectivo analisar as transformações das famílias modernas sobre forte influência das modernizações do capitalismo e as consequentes perdas de valores na sociedade.

A família é conhecida como a primeira e a principal instituição social que o mundo conhece, desde a família patriarcal até a moderna, e como tal, vale sempre ressaltar o seu valor e a sua importância para que se possa ter a sociedade almejada por todos.

A instituição familiar é o primeiro grupo social em que a criança tem contacto e cabe a ela cumprir o seu dever, dando amor, conforto, protecção, transmissão de valores e conhecimentos necessário para que cresçam com mente sã e consciente dos seus deveres para com a sociedade, tornando assim, em adultos realizados e felizes.

Não obstante a evolução da sociedade, e a estrutura familiar que acompanhou tais evoluções, modificando-se, dando origens as “novas formas de famílias” deve prevalecer sempre os direitos das crianças. Direito esse, a um lar, uma mãe e um pai e muito amor, não querendo entrar muito na temática dessas novas “ estruturas familiares”, vale ressaltar que considera-se extremamente importante a presença de uma figura masculina e feminina na educação de uma criança.

O papel da mãe, geralmente é percebida e valorizada pela sociedade, até porque a mulher naturalmente se vincula com os filhos desde a gestação, salvo algumas excepções. Já para o homem este é um papel que precisa ser construído através de um desejo consciente de aproximação aos filhos desde a sua gestação, passando pelo seu crescimento até a maturidade.

Para falar do capitalismo na era moderna, citamos aqui, Marx e Engels. No “Manifesto do Partido Comunista” eles afirmam: “tudo que era sólido e estável evapora-se, tudo que era sagrado é profanado, e os homens são, finalmente, obrigados a encarar com serenidade suas condições de existência e suas reflexões recíprocas” (MARX e ENGELS, 1990, p79). Essa passagem retrata a metamorfose de valores, o dinamismo e a fluidez da sociedade burguesa capitalista, onde os indivíduos são constantemente submetidos a novas situações.

Numa sociedade em que se está constantemente em buscas e competições por acumulação de bens materiais, as famílias vem ficando cada vez mais para o segundo ou último plano, perde-se tanto tempo à procura do superficial que o essencial passa despercebido.

As crianças clamam por atenção dos pais que pouco tempo conseguem dispensar para atendê-los, dar-lhes o amor e a atenção que desejam e necessitam.

Vê-se também como consequência do capitalismo a vaidade, que muitas vezes destrói famílias esquecendo-se daqueles que sem culpa nenhuma acabam por pagar pelo egocentrismo dos pais que sem pensar neles, deixaram-se perder por caminhos obscuros, causando neles, muitas vezes, traumas irreversíveis e irreparáveis.

Para um desenvolvimento emocional positivo e seguro dos filhos, que lhes permita fazer face as diversidades da vida, é essencial que cresçam em um lar no qual o pai e a mãe estejam presentes e ofereçam apoio incondicional. Portanto, conforto e protecção, não se deve delegar apenas a um dos progenitores estas funções, na sua grande maioria, transferidas às mães, como acontecem muito na nossa sociedade.

Já muitos autores da psicologia defendem que a ausência da figura masculina pode produzir conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança e conduzir a distúrbios de comportamentos.

É importante ressaltar aqui, que vários especialistas sublinham que a presença do pai jamais poderá ser compensada por bens materiais (brinquedos, roupas, quartos espaçosos, viagens e outros). Pelo que, mais tarde, os filhos adolescentes buscam na figura masculina um modelo para se identificar, e no caso das meninas, para sua auto-estima e segurança.

Apesar da sociedade actual impôr alguns desafios, muitas vezes imperativos, podemos ainda resgatar valores vitais para uma sociedade plena e feliz, lembrando a cada um o seu papel, cabe então aos jovens seguir algumas dessas dicas: Antes de formar a sua família, tenha a certeza de que escolheu bem a pessoa com quem pretende dividir o resto de sua vida; Relembre o que o motivou a querer formar uma família com aquela pessoa a cada vez que se sentir tentado em desistir; Lembrem-se de que a família é o bem mais precioso que o ser humano consegue conquistar em vida; Não deixe que bens materiais lhe cegue, nem o priorize em detrimento da sua família; Ame a sua família que assim estará a contribuir para uma sociedade mais saudável.

Aidil Dias

Formada em Ciência Política e Administração Publica

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