Existem verdades que nunca me couberam, vulnerável, submissa atrás de um grande homem existe uma grande mulher.
Sou cabo-verdiana, fruto de uma sociedade muito patriarcal, e onde o machismo é visível.
Sempre fui muito curiosa e atenta, e desde muito cedo me apercebi que tanto a natureza como as mulheres estão sendo exploradas e submetidas a diferentes tipos de dominação. Essa realidade é perturbadora, e fez nascer em mim uma vontade enorme de mudar esse paradigma que faz com que nós mulheres sejamos estrupadas, vítimas de feminicídio que faz com que as matas e as florestas sejam destruídas.
Foi então que adotei essa filosofia, que diz que existe uma ligação sui generis entre o feminismo e a ecologia. Hoje faço parte do movimento eco feminismo de Cabo Verde e somos um grupo que tem atuado com foco no desenvolvimento sustentável, na inclusão social, justiça social e climática.
Houve uma separação entre nós mulheres e a natureza, e essa separação teve grave consequências, fez com que milhares de mulheres fossem parar na fogueira, só pelo facto de terem uma relação de muita proximidade com a natureza, essa separação fez com que nós mulheres não aceitássemos a “existência” de uma linearidade padronizada em nós, porque somos cíclicas.
Há uma necessidade de quebrarmos os tabus que existem sobre nós, no que toca os nossos ciclos menstruais, o nosso prazer, e sobre a nossa sexualidade.
É altura de não aceitarmos os padrões que nos são impostos, é altura de tomarmos uma decisão para combater as alterações climáticas. A nossa geração tem uma grande missão, que é a de salvar o nosso planeta.
A natureza é a nossa mãe!
É altura de fazermos as pazes com ela, temos de voltar as nossas origens, e só assim podemos ser mulheres bem resolvidas e empoderadas.
Acredito que se nós mulheres, unirmos, garanto que podermos mudar o nosso paradigma.
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