Editorial

Santiago Magazine errou ao afirmar que o vereador Rafael Fernandes estaria detido na Polícia Judiciária, mas reafirmamos que ele se encontra sob investigação. Também a PJ falhou ao tomar parte neste assunto. E é disso que precisamos falar agora.

Há uma diferença abismal entre uma notícia falsa e uma notícia desagradável. O texto de Santiago Magazine sobre a alegada detenção do vereador da Câmara Municipal da Praia, Rafael Fernandes, pecou, efectivamente, quando garantiu que o mesmo estava detido e já retratamos publicamente.

Sucede que o diabo não é tão feio como se quer pintar, nem tão bonito como se quer fazer crer. Na verdade, a notícia do SM foi mais desagradável do que completamente falsa e isso fez destilar ódios vários contra este diário digital.

E tudo isso tendo como pano de fundo o facebook. É aqui, nesta rede social, que os ataques mais ferozes contra a imprensa acontecem, havendo falsidade ou não.

Não foi por acaso que um dos maiores jornais do Brasil, a Folha de São Paulo, viu-se cansado desses comentários pouco abonatórios e decidiu parar de actualizar a sua página no Facebook, sobretudo devido às mudanças mais recentes do algoritmo, que passa a privilegiar conteúdos de amigos e familiares.

De facto, o neologismo “fake news” virou sinónimo para um monte de coisas que ninguém sabe o que significa. Usa-se e abusa-se da expressão para justificar tudo, para se defender de tudo, para acusar e intimidar jornais. Sim, grande parte dos comentadores de redes sociais é, antes de tudo, um hater.

O SM está a ser vítima estes dias de publicação de uma noticia falsa, que, em rigor, foi imprecisa. Mas quem veio desmentir a informação - a Polícia Judiciária - é a mesma que dias atrás divulgou para todos os órgãos de comunicação social, uma nota a informar sobre o desaparecimento e suposto sequestro de uma jovem em Santa Cruz, que afinal não foi o que sucedeu. Notícia falsa?

Pior do que isso, o próprio desmentido da PJ em relação à detenção de Rafael Fernandes, é extemporânea, parcial e irresponsável. Enquanto instituição, a PJ nunca deveria ter tomado partido nesta matéria, como, aliás, nunca o tinha feito em nenhuma das notícias erróneas já publicadas sobre investigação xis ou ipsilon.

Ora, qualquer jornal está sujeito a cometer erros, e Santiago Magazine, sendo elaborado por seres humanos falíveis como qualquer outro, também derrapou. Acontece em todo o mundo. Um caso recente foi uma falsa capa da revista "Veja" sobre um escândalo de pesquisas eleitorais compradas, que circulou no WhatsApp.

Enfim! Santiago Magazine assume as suas responsabilidades e acredita, e pede, que todas as instituições assumam as suas. Para que se faça luz sobre todos e cada um, assim como a justiça é justa para todos.

A direção,