Os participantes da feira de cinza, na Praia, declararam-se hoje satisfeitos com o volume das vendas e, neste último dia, com a presença de alguns produtos essenciais para a iguaria de cinzas que já não estavam disponíveis.
São os casos da couve, da mandioca, da banana verde e da batata de terra, sendo que a batata, este ano, chegou ao mercado em pouca quantidade. Em contrapartida, os outros produtos que ainda estão disponíveis, como o peixe seco, o coco e o tomate registaram uma baixa nos preços.
Hoje já é possível comprar um quilo de peixe por 800 escudos e até por 500 escudos, em função da variedade, o coco que estava por 200 escudos, hoje baixou para 150 e o tomate em alguns stands é possível comprar por 100 escudos.
A motivação para a “promoção” é terminar de vender os excedentes depois de recuperar o capital e obter algum lucro.
Para Margarida (Chila) Moreno este ano, apesar dos preços ligeiramente mais caros, a venda foi melhor do que no ano passado. Em meio a queixas por parte dos clientes, a venda fluiu e hoje já só lhe restam alguns quilos de tomate, de pimentão e repolho.
“Graças a Deus aquilo que trouxe para a feira vendi quase tudo. Tinha a couve que já terminou. Só me restam alguns cocos, o tomate, pimentão, a batata doce e o repolho. Vim aqui ver se é possível ainda recuperar mais alguma moedinha, mas já estou a caminho de casa para também festejar a cinza, cumprindo a tradição”, disse com sorriso na cara.
O mesmo sentimento declarou Eulália (Lala) da Costa que demonstrou ainda satisfação com a arrumação feita pela Câmara Municipal da Praia para acomodar as vendedeiras e seus produtos.
Gininha Correia, peixeira e participante habitual da feira de cinza, classifica o ano como “muito bom”. Depois da boa venda no segundo dia da feira, neste terceiro dia foi à feira porque sabia que muitas pessoas, por dificuldades várias só se deslocam ao mercado no dia de cinzas para as compras.
E tendo em conta que a azáfama estava ganha decidiu baixar o preço dos peixes com os valores a oscilam entre 800 e 500 escudos.
“Este ano graças a Deus a venda decorreu bem. Eu ainda tenho alguns quilos de peixes de algumas variedades. Nós compramos por 800 escudos e vendemos por 1000 escudos, mas eu tenho uma quantidade de peixe, nomeadamente salmão que eu mesma coloquei no sal e estou a vender por 500 escudos. Uma forma de ajudar também os nossos clientes”, disse.
De facto, no mercado ainda circulavam algumas pessoas à procura de ingredientes para o almoço de hoje.
Josefa foi ao mercado depois da missa para comprar a couve, batata terra e cebola, mas só encontrou cebola verde.
Com a falta desses dois ingredientes essenciais, o almoço familiar nesse dia que marca o início da quaresma está comprometido. Agora anda em busca de alternativa e aproveitou para levar os produtos cujos preços já se encontram mais em conta.
“Eu vim aqui para comprar algumas coisas que ainda não tinha nomeadamente a couve, mas não encontrei, mas vou levar as outras coisas e quem sabe no domingo faço um almoço conforme a tradição”, disse.
Esta foi a IX edição da tradicional Feira de Cinzas que foi aberta hoje pela Câmara Municipal da Praia, sob o lema “Cinza, nôs sabor, nôs kultura”.
Contou com cerca de 180 expositores, essencialmente ligados à gastronomia e produtos típicos da festa de Cinzas, com o objectivo, segundo a autarquia, de promover a cultura e, ao mesmo tempo, oferecer um espaço aos comerciantes onde possam vender e promover os seus produtos, dinamizando assim a economia local.
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