Em causa estarão luvas recebidas pelos anteriores gestores no negócio da venda do Boeing 737 e do lease-back dos ATRs, um negócio que também envolve a então ministra das Finanças, Cristina Duarte.
O Ministério Público (MP) mandou abrir instrução com vista a apurar factos relacionados com a gestão da TACV, anunciou a instituição esta quarta-feira, 19, na sua página oficial.
“Face às notícias sobre factos relacionados com a gestão dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), à participação apresentada e na sequência da análise de documentos e elementos entretanto recolhidos, o Ministério Público concluiu que existem factos que podem indiciar a prática de ilícitos penais, pelo que ordenou a abertura de instrução”, diz o comunicado.
O documento acrescenta ainda que estão em causa “suspeitas da prática de ilícitos penais de infidelidade e participação ilícita em negócios”. A investigação, diz o comunicado, “deve ser dirigida por uma equipa de magistrados” e o MP será “coadjuvado pela Policia Judiciária em regime de afectação específica de investigadores e por peritos que se mostrarem necessário”.
Este processo, segundo fontes de Santiago Magazine, terá a ver com o negócio da venda do Boieng 737 e do lease-back dos ATRs à sua proprietária, a empresa irlandesa Elix Assets 7 Ltd. Consta que João Pereira Silva, ex-PCA da companhia aérea nacional e que liderou esses negócios com o aval da ex-ministra Cristina Duarte, terá recebido comissões ilegais pela transacção.
O jornal A Nação diz que o que mais intrigou o Governo, que denunciou o caso junto da Procuradoria geral desde o dia 8 de Junho, é o facto de os dois ATR’s estarem, na altura do lease-back, 77 por cento pagos e que em menos de dois anos passariam a ser propriedade da TACV. E que o leasing mensal dos dois ATR’s passou a ser “duas vezes superior” ao mercado, motivo que levou o Executivo a suspeitar que terá havido luvas no negócio, tendo em conta os “prejuízos” que o novo leasing acarretaram para a TACV, escreve o A Nação.
A TACV, que acumula um passivo de mais de 11 milhões de contos (100 milhões de euros), está a ser alvo de um processo de reestruturação com vista à sua privatização.
Com Inforpress
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