A presidente da Alta Autoridade para a Imigração (AAI) avançou esta sexta-feira, 25, que o estudo sobre os estrangeiros e imigrantes em Cabo Verde estima que os mesmos contribuem com 4,2 % para o Produto Interno Bruto (PIB).
Carmem Barros falava à margem da XIV reunião ordinária do Conselho Nacional da Imigração, no âmbito da apresentação das conclusões preliminares do estudo sobre a imigração, o mercado de trabalho e a actividade económica e empresarial em Cabo Verde, que está a ser realizado pela AAI.
Segundo Carmem Barros, este estudo, com conclusões ainda preliminares, trouxe algumas indicações de como estão estes imigrantes em alguns sectores em Cabo Verde.
O estudo concluiu ainda que cerca de 60 % dos imigrantes têm acesso à segurança social e que a maioria são trabalhadores por conta própria. Apesar dessa conclusão, a mesma fonte afirma que ainda persistem algumas desigualdades relativamente a determinados grupos, sobretudo pela sua proveniência.
A nível do mercado de trabalho, a actividade económica e empresarial no país, realçou, “é bastante positiva”, mas disse que a percepção que se tem ainda é que os europeus, americanos e os asiáticos eventualmente têm uma “posição melhor” do que os africanos. O mesmo acontece com o acesso à segurança social.
O estudo aponta ainda que a informalidade a nível da actividade económica e empresarial é mais presente nos imigrantes provenientes de países africanos.
No que tange à integração dos mesmos no arquipélago, esta responsável apontou que a permanência regular dos imigrantes em Cabo Verde está acima dos 80 %.
Apesar destas avaliações positivas, a presidente da AAI declarou que ainda persistem algumas “dificuldades”, a nível sentimental desses imigrantes, sobretudo no que diz respeito à discriminação que está à volta de 30 %, ou seja, três em cada dez imigrantes e estrangeiros dizem que foram discriminados.
Por seu lado, o ministro do Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio, destacou um conjunto de esforços que o Governo tem feito e vai fazer em prol dos imigrantes, entre os quais o serviço de tradução, a criação de unidade local de atendimento em diferentes conselhos, para sentirem-se "bem acolhidos" no país.
O governante considerou, por outro lado, que ainda há desafios a ser alcançados, a nível da plataforma tecnológica que está na sua fase final, afirmando que é preciso “garantir” que essas medidas de políticas tenham sustentabilidade que permitam uma efectiva integração dos imigrantes.
Fernando Elísio aproveitou para enaltecer a AAI por ter realizado esse estudo, o que, a seu ver, demonstra que Cabo Verde está “preocupado” em conhecer bem o sector e as pessoas que aqui estão a viver, para que o Governo possa fazer políticas que permitam a plena integração desses imigrantes.
“É extremamente importante para nos ajudar enquanto conselheiros, a continuarmos este caminho da plena integração, do pleno respeito pelos direitos humanos e, sobretudo, da defesa da dignidade da pessoa humana”, frisou.
O evento, que aconteceu na sala de reuniões do Ministério da Saúde, no Palácio do Governo, contou com a participação de representantes de diversas instituições públicas e privadas ligadas ao tema da imigração, com o objectivo de discutir e avaliar as políticas migratórias do país.
Esta reunião pretende reforçar o diálogo e a cooperação entre os diversos intervenientes, com vista a aprimorar as estratégias de integração e a gestão da imigração em Cabo Verde.
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