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Compra de apartamentos dispara na cidade da Praia. Emigrantes são os que mais investem em imóveis
Economia

Compra de apartamentos dispara na cidade da Praia. Emigrantes são os que mais investem em imóveis

A compra de apartamentos na cidade da Praia aumentou nos últimos tempos, mesmo com o “valor elevado” no mercado imobiliário que varia entre 9.500 e 57 mil contos, sobretudo nos bairros mais nobres como Palmarejo e Cidadela. Os emigrantes são os que mais investem na compra de imóveis.

O sector imobiliário na cidade da Praia está a atravessar um período positvo, devido ao aumento da procura por casas e apartamentos para compra. Esta constatação foi feita por corretores do sector de imóveis citados pela agência de notícias Inforpress sobre a venda e arrendameno de apartamentos na capital. E as respostas quanto à zona preferencial eram previsíveis: Palmarejo Baixo e Grande e a Cidadela são destacadamente as mais procuradas.

Joana Andrade, uma das entrevistadas que labuta no sector imobiliário há vários anos, explicou que muitos têm reclamado do aumento do preço, justificado pela elevada procura, mas lembra que é a lei da oferta e da procura que determina os preços.

Apontou também que a maioria das pessoas que procura os apartamentos para comprar são emigrantes e casais, mas são os cabo-verdianos que trabalham fora do arquipélago a liderar a lista dos que mais adquirem imóveis na cidade da Praia.

Recentemente, disse Joana Andrade, muitos jovens também compram os apartamentos, mas observou, por outro lado, que a maioria ao encontrar um trabalho que lhes oferece melhores condições de vida prefere comprar um carro primeiro, ao invés de uma casa ou apartamento.

Karine Silva, que também trabalha neste ramo há algum tempo, asseverou que a procura de apartamentos para compra tem aumentado na cidade da Praia, sobretudo na zona de Palmarejo Baixo, considerada pelos clientes “uma das mais seguras” da capital.

Questionado sobre os preços que muitos consideram “altíssimos”, sobretudo com a crise que assola o país e o mundo, a corretora de imóveis disse que essa subida deve-se, sobretudo, ao aumento dos preços dos materiais de construção e à elevada procura.

Tanto Joana Andrade quanto Karine Silva afirmaram que muitos compradores recorrem ao banco para fazerem empréstimo, porque a maioria não tem dinheiro para pagar na totalidade o valor dos apartamentos.

Mas, neste particular, apontaram que, muitas vezes, uma pessoa pode ter uma parte do dinheiro e não conseguir a outra parte no banco justificando que “não é fácil” conseguir empréstimo.

Os que o conseguem sempre têm que pagar os 20 por cento (%) da entrada, porque o banco não disponibiliza 100% do dinheiro, acrescentaram.

Quanto ao arrendamento, António Barros, há oito anos corretor imobiliário, disse que a procura de habitação tem sido “razoável”. O maior desafio, no seu entender, tem a ver com encontrar casas e apartamentos para arrendar, referindo que a maioria das vezes os proprietários preferem arrendar as suas próprias casas, o que torna o trabalho dos corretores mais difícil.

Apontou também que a maioria das pessoas prefere arrendar apartamentos nas zonas de Achada Santo António, Palmarejo e Cidadela, onde os preços variam entre 20 e 40 mil escudos, e são tidos pelos clientes como bairros mais seguros e perto de muitas instituições.

Outros corretores, Claudilson Mendes e Júlia Monteiro, também disseram que a maioria das pessoas procura casas nestas zonas por acharem-nas mais seguras, mas reclamam do preço que dizem ser elevado,  que, muitas vezes, causa indimplência por parte dos inquilinos que se vêm dificuldades para pagar a renda no final do mês e, por causa, disso, dexam dívidas como de água e electricidade que  proprietário terá de arcar. Essa situação favorece a preferência dos donos dos apartamentos para vender em vez de arrendar, evitando dissabores com os inquilins.

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