O Conselho de Administração (CA) da TACV ignorou o aviso sobre a renovação do certificado de voo que lhe dá a credencial para pousar em solo europeu. Esta informação foi avançada por uma fonte conhecedora do processo, dando conta que o aviso chegou a 13 de Maio último.
Segundo a mesma fonte, neste momento, todos os voos da TACV, que está a operar apenas para Portugal, estão cancelados, pelo menos até amanhã, sábado, devendo a companhia retomar as operações via Sal “com aviões que só aterram no aeroporto do Sal e que para operar necessitam de cerca de 20 tripulantes”, o que irá acarretar ainda mais custos, no entender deste interlocutor.
Já a TACV emitiu um comunicado a dizer que por “motivos operacionais” os voos agendados para os dias 7 e 8 de julho estão cancelados” e que “os voos serão repostos a partir do próximo sábado, 9 de julho”.
Enquanto isso o assunto vai sendo tema de debates nas redes sociais, a destacar a argumentação do internauta e entendedor na matéria de aviação civil, Manuel Rosa, para quem permanece na TACV a tendência de não se querer acatar, a tempo e horas, os regulamentos das Agências de Aviação Civil e que emanam da ICAO.
“Desta vez o incumprimento recai sobre o TCO, pré-requisito exigido a qualquer companhia comercial. Na ausência de respostas, o voo de Mindelo para Lisboa foi hoje cancelado. A aeronave permanece no Aeroporto Cesária Évora. E o voo de amanhã de Praia para Lisboa também está cancelado. A quem devem ser imputadas estas falhas? Quem assume a responsabilidade? Quem ressarcirá os passageiros destes voos pelos incómodos causados? Gerir uma companhia aérea requer requisitos especiais que não se compadecem com simples diplomas universitários”, escreveu o internauta na quinta-feira.
Rosa, que já foi Embaixador de Cabo Verde junto da República da Itália, disse ainda que para rentabilizar a aeronave angolana, que se encontra ao serviço da TACV, ela terá de voar no mínimo 250 horas/mês, mas que, ao que parece, a sua utilização se encontra bem abaixo desse limite. Este diz ainda que a ausência de medidas correctivas e adopção de ações inovadoras têm impedido um maior aproveitamento desse equipamento.
Ainda na ótica deste internauta o clima de incertezas que prevalece hoje na companhia esta a tornar-se preocupante, tanto para os seus quadros, como para quem queira viajar com a companhia.
“Talvez devesse arrepiar caminho e procurar criar um clima de apaziguamento, de diálogo e até de inclusão e conciliação e ainda canalizar esforços colectivos no rearranque da empresa. Cancelando voos, não pondo o avião a voar, não criando uma política comercial activa e diálogo com a IATA é que não”, acrescentou.
Manuel Rosa ressaltou ainda que as tentativas de amenizar a gravidade da situação dos TACV distribuindo a responsabilidade no Conselho de Administração não podem ser diluídas no sentido de que a falha é da exclusiva responsabilidade do Administrador Operacional e do Departamento de Qualidade.
“Toda a estrutura de direção dos TACV se presume ser culpada. A Senhora CEO não pode se eximir de nada! Chefe é Chefe”, concluiu.
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