Dezenas de organizações manifestaram-se hoje em Lisboa contra o racismo e xenofobia em Portugal, num evento que serviu para homenagear o cabo-verdiano agredido até à morte em 1995 na capital portuguesa, Alcindo Monteiro.
A manifestação e homenagem promovidas pela Frente Anti-Racista (FAR) aconteceram na mesma rua [Garrett] e no dia do 27º aniversário da morte de Alcindo Monteiro, que teve lugar a 10 de Junho de 1995, depois de ser agredido por “supremacistas brancos”.
“Racismo em Portugal é herança colonial, por isso 10 de Junho, Dia de Portugal, passou a ser dia de Alcindo Monteiro, também de Giovani Rodrigues, Bruno Candé, Wilson Neto e outras vítimas do racismo em Portugal”, disse o dirigente da Frente Anti-Racista, Henrique Chaves.
Segundo ele, o momento impulsiona também a recordar outras “vidas violentamente interrompidas” por causa do racismo, garantindo que a FAR “compromete-se em continuar com a luta”, juntamente com as 37 organizações e movimentos anti-racismo que subscreveram o apelo para estarem presentes na homenagem.
Associação Cavaleiros São Brás, Associação Cultural Moinho da Juventude, Casa do Brasil de Lisboa, Consciência Negra, Associação de Mulheres Negras, Africanas e Afrodescendentes em Portugal, Rede Afrolink e Movimento Antiracismo são algumas das organizações que participaram no evento, nesta data que é feriado nacional e que se comemora o Dia de Portugal, de Camões e Comunidades Portuguesas.
Frases como “25 de Abril sempre, racismo nunca mais”, “Racismo e fascismo não passarão” e “Racismo nunca mais” ouviram-se durante a homenagem e lembram que no dia em que Alcindo Monteiro foi morto por um “grupo de nazifascistas” que andava pelas ruas de Lisboa, o mesmo grupo fez mais de dez vítimas, “todas elas pessoas negras que estavam a andar na rua e foram atacadas”.
Alcindo foi “brutalmente assassinado” no dia 10 de Junho de 1995 por um “grupo de nazifascistas” que andava pelas ruas de Lisboa, dia em que o mesmo grupo fez mais de dez vítimas, “todas elas pessoas negras que estavam a andar na rua e foram atacadas”.
Em 2021, Miguel Dores lançou o “Alcindo” que retrata uma das noites “mais violentas e racistas de Portugal”, ou seja, 10 de Junho de 1995, contextualizando como era Portugal na década de 1990 e como as instituições, Estado e as organizações trataram o assassinato de Alcindo Monteiro, vítima de racismo.
A FAR, criada em 1994, tem como objectivo contribuir para a resolução dos inúmeros problemas surgidos no seio da sociedade portuguesa, relacionados com o racismo e a xenofobia.
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