Desporto

Referenciado como um goleador nato, Silvino foi desde sempre destacado um atacante rapidíssimo, com grande poder de drible e que marcou a sua geração, nos clubes que representou como Clube Desportivo Travadores, Boavista Futebol Clube da Praia e  Sporting da Praia, para além das equipas nos célebres campeonatos subúrbios que nessa época marcaram o futebol na Cidade da Praia.

A sua fama de “bom de bola” fez dele internacional cabo-verdiano, tendo ingressado na selecção de Cabo Verde em 1980.

A morte de Silvino foi descrita por Zé di Nhana, antigo colega de equipa e de selecção cabo-verdiana, como “uma perda irreparável para o futebol e o desporto cabo-verdiano”, lamentando, contudo, que “Silvino padeceu até morrer com muita mágoa e muita tristeza e sobretudo com muita ansiedade”.

“Lutou até a morte para receber um subsídio de sobrevivência do Estado que nunca recebeu. Viu a Assembleia Nacional aprovar a lei que acabou por ser publicada no B.O Nº15, de 02 de Fevereiro de 2021, ficou muito ansioso e convencido que estava feita a justiça, mas até hoje, nunca, nada recebeu”, desabafou este que também foi um avançado internacional cabo-verdiana de eleição.

Quem também lamentou a morte de Silvino foi o presidente da Associação Regional de Futebol de Santiago Sul, Mário “Donnay” Avelino, alegando que “o malogrado foi um herói nacional, que deu muito de si para o engrandecimento da selecção nacional e dos clubes”.

Lamentou, igualmente, que Silvino tenha morrido sem ver ressarcido por aquilo que deu ao futebol cabo-verdiano, ao longo da sua vida, ainda que com uma lei aprovada pela Assembleia Nacional. 

O funeral, de acordo com os familiares, está previsto para a tarde de quarta-feira, 14.