I
O dia adivinhava-se esplêndido. Segredo! Segredo! Alguém me confessou à volta de uma mesa que mandou vir Camus Cognac Cuvee e pareceu-me palavras dos seus olhos fantásticos de azul, certamente são os olhos mais estranhos que me iluminaram algum dia através dos seus tristes olhos. Logo, notei uma expressão diferente no rosto dela e recusei-me como se fosse quimera dourada durante meses e meses guardei o teu gesto que obcecou-me perturbadoramente. Foram muitos dias e alguns até nem tantos como esquecimentos. (Desde aí, a minha loucura permaneceu como insegura e brumosa). Não podia saber se ela vivia num lugar do mundo tão distante e numa cabeça tão grande por onde se via o mundo. Forma, só forma! Igualmente foi toda ela de esparzir luz, ainda que só luz crepuscular, sobre o meu mistério admirável como ouro derramado sobre as minhas recordações de um dia sem triunfo. E pressenti a verdade porque não estava o Sol a rodos e a luz líquida não era da Primavera.
II
Ó Mulher se sou a luz líquida, ó a luz líquida se sou Sol: com nome de Mulher&Sol a caminhar sem rumo. A tua fisionomia do teu andar, dos teus gestos, da tua voz rouca de algum calafrio me ressoava sufocada e sonora, indefinida e vaga que parecia vir de uma garganta funda e falsa que existia no teu corpo. (coitada pode ser que um dia cruze com o caminho do céu). Segredo! Segredo! Como posso ficar atrás de si quando fechas a sua porta, apaga-me a luz e guarda-me os óculos. Certamente, as minhas frias palavras dormirão talvez sílaba a sílaba salivada, sem nome, sem alma e sem corpo nu. Agora, sim, que já acordámos, mandemos vir Camus Cognac Cuvee porque o azul é deste mundo e os olhos são deste eterno mundo. Ao menos sei que nunca se envelhece: sem motivo, sem tempo e com as luzes; mas o amor é sempre azul.
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