O artista Kino Cabral actuou no segundo dia do Festival da Praia de Santa Maria, no Sal, levou as pessoas ao rubro, mas saiu “indignado e magoado” do palco por lhe ter sido retirado o som. "Podem até bloquear as minhas participações nos festivais em Cabo Verde, mas tenho dignidade própria. O que fizeram comigo não se faz", criticou.
Manifestando satisfação pelo carinho e amizade do público salense que acompanhou o espectáculo de Kino Cabral com muita animação, por cerca de uma hora, eis que o artista se surpreende por lhe ter sido tirado o som do palco, alegadamente porque o seu tempo já se tinha esgotado.
Visivelmente desagradado com esta atitude, ainda em cima do palco, protestou em sinal de reprovação desta postura de “discriminação e falta de respeito”, conforme sublinhou, pedindo que se repusesse o som para dar a última música, o que foi atendido, saindo do palco, entretanto, “magoado e indignado”.
“Sei que há grande diferença no pagamento do cachê entre grupos cabo-verdianos e estrangeiros, fazem grande discriminação. Não estou a apontar o dedo à Câmara Municipal do Sal… isso é geral em Cabo Verde”, desabafou, referindo, novamente, e com alguma mágoa, o facto de lhe ter sido tirado o som.
“Isso é discriminação e falta de respeito para com um artista. Isso não pode acontecer. Podem até bloquear as minhas participações nos festivais em Cabo Verde, mas tenho dignidade própria. O que fizeram comigo não se faz. Não admito falta de respeito. Posso morrer pobre, mas não bajulo ninguém”, comentou o artista cabo-verdiano, residente nos Países Baixos.
Com 30 anos de carreira, Kino Cabral disse que é por causa do seu público que ainda continua a fazer música.
“Se fosse por causa das organizações, há muito tempo tinha deixado a música”, exteriorizou, agradecendo mais uma vez o carinho do público e dos fãs.
“O som estava bom no microfone, embora tenha sentido dificuldades em alguns instrumentos … mas não quis interromper o show porque sou profissional. Só lamento a forma como fui tratado”, queixou-se.
Mágoas à parte, outro bom momento da actuação de Kino Cabral foi ter aproveitado a animação do público para fazer um novo videoclipe.
Conta que a música deste videoclipe que pretendeu fazer no areal da praia de Santa Maria é uma crítica, fala também dos problemas causados pela covid-19 e de celebração da vida.
E assim chegou ao fim mais uma edição do Festival de Santa Maria, com um cartaz diversificado, para todos os gostos, depois de três anos parado por causa da pandemia da covid-19.
Pelos palcos desta 30ª edição, este ano sob o lema “Djad’Sal junt ma diáspora”, em homenagem às comunidades emigradas, desfilaram 15 artistas e grupos, durante dois dias de muita música e animação.
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