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José Luiz Tavares apresenta na Praia e no Tarrafal a 3ª edição da obra “Um Preto de Maus Bofes”
Cultura

José Luiz Tavares apresenta na Praia e no Tarrafal a 3ª edição da obra “Um Preto de Maus Bofes”

O poeta José Luiz Tavares apresenta na cidade da Praia e no Tarrafal a 3ª edição da obra “Um Preto de Maus Bofes”, o seu ‘textamento’ existencial e poético e participa num “Kotxipó literário” com Mário Lúcio.

O livro terá como apresentador o professor Pires Laranjeira, o maior especialista vivo nas literaturas africanas em língua portuguesa, e também, ao lado de Rui Guilherme, um dos “mais fecundos leitores” da obra do autor de Coração de Lava.

O lançamento no Tarrafal está agendado para o dia 08 de Setembro, às 11:30, no Mercado de Artesanato e Cultura, integrado na extensão do XII Encontro de Escritores da Câmara Municipal da Praia e da UCCLA que se realiza no Tarrafal nesse dia e onde haverá um “Kotxipó literário” com José Luiz Tavares e Mário Lúcio.

A apresentação na cidade da Praia será no dia 06 de Setembro, às 19:00, no restaurante Orla, na Quebra-Canela, com apresentação do Prof. Pires Laranjeira.

O poeta, de 57 anos e nascido no Tarrafal, interior da ilha de Santiago, caracterizou à Inforpress o livro como o seu “textamento poético e existencial”, escrito entre os dias 29 e 31 de Janeiro de 2020, “quando a pandemia estava às portas”.

“Embora este livro andasse na minha cabeça havia já algum tempo, foi essa circunstância o desencadeador do processo de escrita”, esclareceu.

“E textamento (com x) porquê? Porque é a matéria vivida (ou presumivelmente vivida) transformada pelo processo criador, percorrendo o itinerário existencial, seus cumes e tropeços, numa espécie de balanço e de ajuste de contas comigo, com o mundo e com a literatura”, reforçou.

“Um Preto de Maus Bofes” é, segundo o crítico literário António Cabrita, um livro raro e difícil de ler porque exigente, como foram os livros de Grabato Dias e de João Vário.

“E raro, dado que a diatribe pode afogar quem a pratica nas suas águas revoltas, e só um poeta de muito fôlego e de experimentado estro é capaz de aguentar, como aqui acontece, o ritmo de um pleito de sabres sem ficar cego, descurando o cuidar do verbo no acinte das estocadas”, observou o crítico.

Para António Cabrita, o que torna “exasperante e magnífica” a poesia de José Luiz Tavares, mesmo a que contunde e lhe transpira das irritações, é que nunca navega à cabotagem.

“Tavares navega e perde-se no miolo da lonjura, para se achar, o que leva ao combate de um poeta maduro, que conquistou o respeito tatuando com sangue as teclas, contra a trivialização oportunista”, reforçou.

Natural do Tarrafal de Santiago, José Luiz Tavares estudou Literatura e Filosofia em Portugal, onde vive há mais de três décadas. De 2003 a esta parte já publicou uma vintena de obras literárias.

José Luiz Tavares é o escritor mais premiado de sempre de Cabo Verde, tendo recebido, no país e no estrangeiro, entre outros, o prémio Cesário Verde, prémio Mário António da Poesia, prémio Jorge Barbosa, prémio Pedro Cardoso, prémio Cidade de Ourense de Poesia, prémio BCA/Academia Cabo-verdiana de Letras.

Por três vezes consecutivas recebeu o Prémio Literatura para Todos do Ministério da Educação do Brasil, foi finalista duas vezes do prémio ibero-americano Correntes d’escritas, finalista do Pen Club Português, semifinalista do Prémio Portugal Telecom de Literatura e Oceanos de Língua Portuguesa.

Alguns dos livros do escritor integram o Plano Nacional de Leitura de Cabo Verde e Portugal e estão traduzidos para inglês, francês, espanhol, italiano, alemão, mandarim, neerlandês, russo, finlandês, catalão, galês e letão.

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